Em nossos dias a busca irrefreável por emoções fortes, parece ser a tendência destes tempos, ao que parece, precisamos de lirismo verdadeiro, não de adrenalina.
Algumas pessoas precisam de adrenalina como de ar para respirar. Para alguns já é suficientemente aventureiro estar numa varanda num prédio de oito andares, para outros isso é apenas um pequeno aperitivo.
A presença da adrenalina no organismo se dá através de um sinal liberado em resposta ao grande estresse físico ou mental, situações de forte emoção como, por exemplo: descida em montanha russa, salto de paraquedas, esportes radicais em geral.
Certamente, o coração é o símbolo das emoções. É como se todos os nossos sentimentos por ele passassem e nele deixassem suas marcas, as boas e as ruins. Milenar, essa concepção tem servido de matéria-prima para os poetas ao longo da história.
Se a vida sorri ou se nos impõe sofrimento, não importa. A questão não é voltar às costas para a morte, mas apagá-la do nosso psicológico. Ignorá-la, desprezá-la, não pensar no sofrimento e suprimir a dor.
O resultado dessa falta de equilíbrio é uma enfermidade neurótica que afeta a maioria dos nossos jovens: a banalização da vida e a trivialidade com o perigo. Perde-se a razão e o senso crítico diante da diversão insana.
Schopenhauer afirmava que a vida oscila como um pêndulo de relógio, entre o sofrimento e o tédio.
O ser humano sofre por não ter e não conquistar. Busca o objeto de desejo movido pela paixão. E quando o encontra se alegra, usa, e se aborrece e, logo quer outra coisa que o encante! E nesse ciclo ele se perde e só encontra a infelicidade.
Concluindo, vale ressaltar que a vida é um dom e viver é uma arte. Devemos recuperar o amor pela vida, buscar o sentido da existência, algo que nos faça levantar de manhã com entusiasmo. Mas viver requer sabedoria nas escolhas, saber com quem nos envolvemos ter um olhar crítico sobre as situações que representam perigo.
Nada nos impede desfrutar dela com alegria e responsabilidade. A vida vale a pena ser vivida junto àqueles que nos amam. Isso não tem preço!
Pio Barbosa Neto
Articulista. Consultor legislativo da Assembleia Legislativa do Ceará