Doações e mais doações para o Instituto de Direito Público (IDP) - a faculdade do ministro Gilmar Mendes - foram vazadas pela Revista Cruzoé.
O Jornal da Cidade Online repercutiu a denúncia com a matéria ‘A bombástica revelação dos patrocinadores do IDP, a empresa do ministro’, noticiando todos os patrocinadores e os respectivos valores doados, a saber:
Souza Cruz..................R$ 2,4 milhões
Interfarma....................R$ 657 mil
Febraban.....................R$ 500 mil
Grupo J&F...................R$ 500 mil
Itaipu............................R$ 420 mil
CNT.............................R$ 400 mil
CNI..............................R$ 250 mil
CEMIG........................R$ 200 mil
CSN............................R$ 200 mil
Bradesco....................R$ 200 mil
Google........................R$ 200 mil
Caixa Econômica.......R$ 190 mil
OAB............................R$ 160 mil
SENAR.......................R$ 100 mil
CNA............................R$ 100 mil
Triunfo........................R$ 100 mil
Banco do Brasil..........R$ 100 mil
Eletrobrás...................R$ 60 mil
Avon...........................R$ 60 mil
Correios......................R$ 50 mil
AMPA.........................R$ 50 mil
Fecomércio.................R$ 50 mil
Chama a atenção que pelo menos cinco dessas empresas – a Souza Cruz; o Grupo J&F, dos Irmãos Batista; o Bradesco; o Google; e a empresa Triunfo Logística - são absolutamente ocultas. Não aparecem e fazem questão de não aparecer.
Noutras palavras, em tese, dão dinheiro em troca de nada.
Repentinamente, uma ex-assessora de Gilmar, em nota enviada a Revista Crusoé, resolveu se posicionar e assumir toda a responsabilidade pela negociação realizada com os patrocinadores.
Segundo ‘Crusoé’, “a advogada Dalide Corrêa, braço direito do ministro Gilmar Mendes por duas décadas e ex-diretora da instituição, assume a responsabilidade pelos contratos, procura livrar o ex-chefe de participação nas tratativas e diz que a decisão de exibir ou não as marcas das empresas era ‘unilateral do patrocinador’.”
Na nota, Dalide Corrêa se esforça para eximir o ministro de responsabilidade: “Sinto-me na obrigação de esclarecer que todas as tratativas para a celebração destes (contratos) eram de minha iniciativa e competência”. “O ministro Gilmar Mendes atuava como coordenador científico do IDP, e apenas estabelecia as linhas acadêmicas de atuação da instituição educacional e de pesquisa, ministrava aulas nos cursos do instituto e, tal qual, era remunerado por essa prestação de serviços específica. Não houve pagamentos relacionados à participação em patrocínios”.
A revelação fatal, que depõe contra o ser supremo, é uma troca de mensagens entre ele e Dalide. Gilmar cobra: “Veja se consegue começar a me pagar o resultado do patrocínio”. Dalide, diligente, responde: “Quer de uma vez ou dividido?”.
Parece que Gilmar recebeu tudo de uma vez.