Em fala realizada ontem em evento organizado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou que "cinco brasileiros somam a fortuna dos 100 milhões de brasileiros mais pobres", um exemplo da "grande desigualdade de renda" no Brasil.
Primeiro: isso é uma mentira. A fonte de onde saiu essa péssima e mal feita informação, a Oxfam, confunde estoque de ativos (em sua grande maioria, participação acionária em empresas) com renda (o que efetivamente cada um recebe por ano).
Entretanto, vamos assumir que o estado brasileiro fosse redistribuir esse patrimônio dos "cinco mais ricos" (284 bilhões de reais), ignorando também que boa parte dele está no exterior (três dos cinco mais ricos são acionistas da Inbev/Ambev, o quinto é o co-fundador do Facebook que mora em Cingapura) com cada um dos 208 milhões de brasileiros.
Como resultado desta "distribuição de renda" (um nome fofo para o estado assaltar uns e distribuir o fruto do roubo a outros), cada pessoa receberia R$ 1.365,38, uma única vez, e todos continuariam pobres. Além disso, como seria necessário vender as ações em empresas dos cinco bilionários a outras pessoas para transformá-las em dinheiro vivo, teríamos também empresas perdendo valor de mercado (pela massiva venda de ações), milhares de empregos em risco pelo mundo e outros bilionários assumindo o lugar deles.
Por outro lado, se o estado brasileiro deixasse de roubar DOIS TRILHÕES E CEM BILHÕES de reais dos pagadores de impostos todos os anos, cada brasileiro teria a mais no bolso, em média, R$ 10.096,15. TODOS OS ANOS.
O problema não é o Brasil ter um punhado de bilionários, Ciro Gomes. O problema é termos um estado TRILIONÁRIO que assalta todos os brasileiros, sobretudo os mais pobres, diariamente. E a solução, Ciro, é exatamente a oposta do que você defende: MENOS assalto estatal e não mais.
(Texto de Marcelo Faria. Empreendedor e presidente do Ilisp)
da Redação