Em memorável artigo, o consagrado escritor peruano Mario Vargas Llosa, Nobel da Literatura em 2010, saudou a democracia e a Justiça brasileira por seus notáveis avanços demonstrados com as condenações e prisões de notáveis figuras do mundo político e empresarial, casos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Marcelo Odebrecht.
“É bom para a América Latina que pessoas como Marcelo Odebrecht ou Lula da Silva tenham sido presos depois de terem sido processados, concedendo a eles todos os direitos de defesa que existem em um país democrático”.
“É muito importante mostrar em termos práticos que a justiça é a mesma para todos, os pobres diabos que são a imensa maioria e os poderosos que estão no topo graças ao seu dinheiro ou suas posições. E são precisamente estes últimos que têm maior obrigação moral de obedecer a lei e para mostrar, em suas vidas diárias, que não são necessárias transgressões para preencher essas posições de prestígio e poder que eles têm alcançado, pois isso é possível dentro da legalidade. É a única maneira pela qual uma sociedade acredita em instituições, rejeita o apocalipse e as fantasias utópicas, sustenta a democracia e vive com o sentimento de que as leis existem para protegê-la e humanizá-la mais a cada dia.”
É o contraponto às asneiras desencadeadas pelo argentino Adolfo Pérez Esquivel, o ativista de direitos humanos agraciado com o Nobel da Paz em 1980.
No mesmo artigo, Mario Vargas Llosa homenageou a Operação Lava Jato e o juiz Sérgio Moro:
“Os protestos pela prisão de Lula não levam em conta que, desde a grande mobilização popular contra a corrupção que ameaçava sufocar todo o Brasil, e em grande parte graças à coragem dos juízes e promotores liderados por Sergio Moro, juiz federal de Curitiba, centenas de políticos, empresários, funcionários públicos e banqueiros, foram presos ou estão sendo investigados e têm processos abertos. Mais de cento e oitenta já foram condenados e há várias dezenas deles que o serão em futuro próximo"