As afrontas e barbaridades necessárias para prender um corrupto e lavador de dinheiro
06/04/2018 às 11:00 Ler na área do assinanteO portal de notícias da Folha de São Paulo (UOL) está particularmente interessante nesta sexta-feira (6). A principal manchete é:
"Se entregar ou resistir?"
A questão, claro, é outra: acatar a decisão judicial ou descumpri-la? Considerar-se acima da lei ou sujeito a ela?
Não para a militância. Se entregar equivale a render-se ao inimigo invencível (por inimigo entenda-se a 1ª instância, o TRF4, o STJ e o STF). Resistir é seguir sonhando o sonho impossível, delirar e morrer de paixão.
"PT quer foto da prisão de Lula"
"MST planeja invadir terras"
"PT monta defesa para militantes"
"Lula, de mito a mártir"
"Lula entra com novo habeas corpus para evitar prisão nesta sexta"
"O que acontece se Lula não se entregar à PF?" ("Ex presidente não precisa se entregar em Curitiba; entenda")
"Lula vale a pena" ("STF rasgou a Constituição", diz pré-candidata do PCdoB Manuela D'Ávila")
'Barricada' da esquerda no ABC" ("Sindicato que projetou Lula se transforma em símbolo de resistência")
"Tudo vai dar certo", disse apoiadora" ("Sem discursar, Lula consola militantes durante durante ato em São Bernardo")
"O futuro do ex presidente" (Lula deve ser preso nesta sexta - saiba quais as chances de ele deixar a cadeia")
"Planalto vê prisão rápida como tentativa de humilhar Lula"
"É uma infâmia e não nos deterá", diz Dirceu sobre ordem de prisão"
"Lula afirma que não é cachorro para andar com tornozeleira"
"Lula pode fazer campanha preso", diz especialista em direito eleitoral.
"Juiz Sérgio Moro levou 22 minutos para decretar a prisão de Lula".
"Reinaldo: É evidente que Lula é vítima de um processo de exceção"
"Vera Magalhães: Rapidez do decreto de Sérgio Moro deixou perplexa até a PF".
Uma cobertura equilibrada, analítica, sem manipulação ou uma prévia do que seria a imprensa sob o "controle social da mídia"?
Barricada, luta, humilhação, exceção, invasão, resistência.
Só uma pequena amostra de como essa parte do campo político lida com o estado de direito, com as instituições democráticas, com o acatamento de uma ordem judicial.
Afinal, o que é a decisão de 15 (quinze!) juízes, de quatro instâncias, diante da narrativa estruturada para salvar um projeto de poder?
Eduardo Affonso
É arquiteto no Rio de Janeiro.