A prisão de Lula seria uma farsa e a melhor saída para o “mecanismo”
04/04/2018 às 11:18 Ler na área do assinanteAquilo que Padilha chamou de “mecanismo” na sua polêmica produção sempre preferi chamar de “maldito sistema”. Para me “modernizar”, estou adotando a expressão desse genial seriado que retrata com extrema fidelidade a podridão política em que vive o Brasil.
Com o julgamento final do “habeas corpus” de Lula, talvez hoje (4) no Supremo Tribunal Federal,a encruzilhada política em que meteram o Brasil está em saber se o chefe da organização criminosa (Lula) ficará livre e sobreviverá politicamente, ou será exclusivamente a sua organização criminosa, com novas lideranças, que terá uma sobrevida.
Ficou muito claro uma certa tendência nos meios militares de não acatarem uma eventual concessão do habeas corpus para o “meliante” Lula.
A concessão do “habeas” pelo STF possivelmente redundaria no acionamento do comando previsto no artigo 142 da Constituição pelos militares, chamada por uns de “intervenção militar”, por outros de “intervenção constitucional”, mas que na verdade seria uma intervenção do poder instituinte, soberano e constituinte do povo (CF art.1º,parágrafo primeiro), pois a esta altura dos acontecimentos eles já devem ter afastado das suas cabeças que só poderiam “intervir” mediante convocação de qualquer um dos chefes dos Três Poderes Constitucionais (Executivo, Legislativo e Judiciário), para os fins específicos de “garantia dos poderes constitucionais e defesa da pátria”.
Certamente os militares tomaram consciência que têm poderes para deliberar e agir nesse sentido, com plena “soberania”, se as circunstâncias exigirem, independentemente de serem requisitados pelo Presidente da República, ou chefe de algum dos outros dois Poderes.
Sabidamente não bastaria o afastamento da política exclusivamente do ex-Presidente Lula da Silva. O conjunto da sua “quadrilha” (o mecanismo) é tão ou mais poderosa que ele.
Se Lula for afastado do comando hoje, diversos outros “cumpanheros (as)” já estariam em posição de prontidão para assumir o seu lugar.
A “alma” do povo decente ficaria lavada. Mas a sujeira política que a cerca continuaria igual, sem nenhum “arranhão”.
Então não resta a menor dúvida que a melhor alternativa de sobrevida para o “maldito sistema” será a execução da pena de prisão para Lula, com indeferimento do seu habeas corpus, mesmo que sacrificando temporariamente o “líder”. Resumidamente pode-se garantir que a morte política de Lula seria a melhor vitamina para fortalecer toda a podridão que ele sempre representou.
A única saída que teria o Brasil para livrar-se de verdade e definitivamente desse lodo imundo político em que vive, seria a concessão pelo Supremo do habeas corpus para Lula, hoje ou amanhã, assim ficando desmoralizada a própria Justiça. Tudo leva a crer que essa medida causaria um enorme impacto e a consequente reação em cadeia nos meios militares, e que só assim tomariam coragem para cumprir sua missão constitucional prevista expressamente no artigo 142, “limpando” o Brasil Político.
Resta lembrar que se o HC de Lula for negado, e ele acabar preso, cumprindo a pena da condenação da 8ª Turma do TRF-4, sem dúvida seria a estratégia mais inteligente do “mecanismo”.
Essa eventual prisão jamais se prolongaria pelos 12 anos e um mês, conforme a condenação. Ela seria por curto espaço de tempo. Sempre haveria o tal “jeitinho brasileiro”(político/jurídico) para livrá-lo das grades antes do tempo.
Portanto essa prisão seria somente para “inglês ver”. A vitória do “mecanismo” estaria garantida, para azar do Brasil e de muitas das suas gerações futuras.
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado, sociólogo, pósgraduado em Sociologia PUC/RS, ex-advogado da antiga CRT, ex-advogado da Auxiliadora Predial S/A ex-Presidente da Fundação CRT e da Associação Gaúcha de Entidades Fechadas de Previdência Privada, Presidente do Partido da República Farroupilha PRF (sem registro).