O discurso de Cármen Lúcia é “fake News”

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‘Vivemos tempos de intolerância e de intransigência’, diz a presidente do STF.

Não, não vivemos. Não houve intolerância quando Eduardo Cunha foi preso. Não houve intransigência quando Andrea Neves foi presa. Não houve radicalismo e polarização quando Eduardo Azeredo foi condenado a 20 anos de prisão, nem quando Paulo Maluf foi recolhido à jaula depois de 28 anos.

Há pessoas que há 30 anos estão falando sozinhas e sem serem interrompidas, e são elas que agora acusam a "intolerância" e a "intransigência" quando nós, aqui, pedimos um pequeno aparte pra dizer que elas tem estado erradas esse tempo todo.

Quando ainda havia alguns jornalistas independentes na grande imprensa, falavam em "regulamentação da mídia". Mas agora que a imprensa está devidamente cooptada, falam em enquadrar as redes sociais com leis contra "fake news" e "discurso de ódio", o primeiro sendo qualquer notícia que os desagrade, o segundo qualquer opinião fora do cânone politicamente correto.

Nesse exato momento há uma campanha para destruir a carreira e a vida de uma desembargadora carioca que se atreveu a questionar a narrativa criada em torno do cadáver de Marielle Franco.

Tanto isso é verdade que quando MAURO IASI, do Partido Comunista Brasileiro, ofereceu a todos os que se declaram conservadores "um bom paredão, uma boa espingarda, uma boa bala, uma boa pá e uma boa cova", ou quando VAGNER FREITAS, presidente da CUT, convocou a militância a "ir pras ruas entrincheirada, com armas na mão, se tentarem derrubar a presidenta Dilma Rousseff", ou quando ARISTIDES SANTOS, secretário da Contag, convocou, de dentro do Palácio do Planalto, a invasão dos lares dos parlamentares favoráveis ao impeachment, ninguém falou em "discurso de ódio".

Da mesma forma quando a esgotosfera petista espalhou que Moro trabalhou para o PSDB, ou que é um agente infiltrado pela CIA, ninguém falou em "fake news".

Por outro lado, o Facebook derrubou duas páginas de apoiadores de Jair Bolsonaro sem que a elas tivesse sido imputada qualquer infração às normas do serviço.

FHC concedeu entrevista a Fernando Grostein Andrade há um mês em que afirma ver "intolerância" ao PT e condena o "antipetismo", para minutos depois dizer que o BTG não deveria ter convidado Bolsonaro para uma palestra.

Para um lado toda a compreensão e condescendência, enquanto se nega ao outro não somente o direito de verbalizar suas visões de mundo, mas o próprio direito de existir.

Não há polarização. Há contraditório. Não há radicalismo. Há uma maioria que há 30 anos tem estado calada e que agora resolveu participar do debate.

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