Sobre o amor e o significado de amar...
19/08/2015 às 09:00 Ler na área do assinanteÉ tão fácil falar sobre o amor, difícil mesmo é vivê-lo na ambiência da alma, do coração, talvez por que, muito se tem falado sobre ele, e sinceramente, pouco, temos vivido a intensidade do que expressamos.
Em tempos de acidez nas relações humanas, o sentido da vida se revela na forma como as pessoas demonstram meiguice, afeição, na direção de quem se ama.
O ato de amar, além de ser algo inerente ao homem, torna-o capaz de compreender a profundidade, a largura e a altura de um nobre sentimento, cada vez mais escasso nas relações entre as pessoas.
Quando falo de amor, não estou apenas aplicando este termo a uma relação conjugal, outrossim, a todas as manifestações de convívio humano, onde o ato de ser amigo, de ter pessoas ao seu redor implica numa manifestação de cuidado, zelo, empatia, enfim, quando nos debruçamos na direção do outro sem nada pedir em troca, revelamos assim, uma expressão de afeto que se traduz de forma a exprimir a nossa sincera demonstração evidente do que ora acolhemos em nosso íntimo.
Pensar o amor, em qualquer tempo, além de ser fascinante, é algo que nunca sai de moda. Daí, a beleza de poder dividir a vida com alguém que amamos. Isto sim, é uma grande história que para além das telas, se reflete na idéia simples, natural de ser feliz e qualquer tempo.
Ontem e hoje, nunca é tarde para viver um amor infinito, daqueles que inspira roteiros de filmes e novelas, apaixonantes.
Agora, caminhar lado a lado com alguém que decidimos escolher, isto é maravilhoso, infinito, como o universo, profundo e belo, como um poema que exalta a grandeza do amor.
Alain Badiou sobre o significado de amar no mundo contemporâneo:
O amor é um gesto muito forte porque significa que é necessário aceitar que a existência de outra pessoa se converta em nossa preocupação.
Minha ideia sobre a reinvenção do amor quer dizer o seguinte: uma vez que o amor se refere a essa parte da humanidade que não está entregue à competição, à selvageria; uma vez que, em mais poderosa, o amor exige um tipo de confiança absoluta no outro; uma vez que vamos aceitar que esse outro esteja totalmente presente em nossa própria vida, que nossa vida esteja ligada de maneira interna a esse outro, pois bem, já que tudo isto é possível, isto nos prova que não é verdade que a competitividade, o ódio, a violência, a rivalidade e a separação sejam a lei do mundo.
O amor está ameaçado pela sociedade contemporânea. Essa sociedade bem que gostaria de substituir o amor por um tipo de regime comercial de pura satisfação sexual, erótica, etc. Então, o amor deve ser reinventado para defendê-lo.
O amor deve reafirmar seu valor de ruptura, seu valor de quase loucura, seu valor revolucionário como nunca o fez antes. Não se deve deixar que o amor seja domesticado pela sociedade atual - que sempre busca domesticá-lo-.
Em outros tempos, as sociedades clericais e tradicionais buscaram domesticá-lo pelo matrimônio e a família.
Hoje se busca domesticar o amor com uma mescla de pornografia livre e de contrato financeiro. Mas devemos preservar a potência subversiva do amor e afastá-lo dessas ameaças.
E isso é extensivo a outras coisas: a arte também deve afastar-se da potência do mercado, a ciência igualmente. Ali onde há um pensamento humano ativo e desinteressado há um combate para libertá-lo dos interesses.
O amor é algo infinitamente possível,que acontece tão somente na ambiência de duas vidas ou de muitas que se tornam visíveis nos laços de afeto,carinho, sentimento e cuidado.Quem ama cuida, por isso, o amor dá para possuir e possui para dar.
Pio Barbosa
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da Redação