Dilma e a governabilidade: "ruim com Dilma, pior sem ela". Será?

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Dilma, o Governo, o PT, com auxílio de Lula, promoveram um grande movimento brasiliense, com extensão a São Paulo e Rio de Janeiro, para vender duas teses:

1. "ruim com Dilma, pior sem ela". 

2. assegurar a governabilidade dela, mediante acordos.

A ideia que o Governo pretendeu vender foi de que qualquer processo de impeachment só causará convulsão política e social, prejudicando mais ainda a economia. E que portanto será preferível mantê-la no poder.

Assegurada a sua manutenção no poder, deverá ser promovido um amplo acordo entre os diversos protagonistas para dar-lhe as condições de governabilidade para enfrentar a crise. Não será necessário estabelecer um governo de transição, porque o dela já significaria essa transição.

Ainda durante a semana em que foram costurados os acordos, envolvendo o Senado, associações empresariais e centrais sindicais, não se conseguiu trazer para dentro das combinações o Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que continuou como livre atirador, mirando sempre  a Presidente.

E, no fim de semana, não conseguiu convencer a opinião publicada, que foi às ruas pedir o impeachment de Dilma. 

No seio brasiliense a expectativa é que a curto prazo esse problema chamado Eduardo Cunha será eliminado, com a denúncia dele pelo Procurador Geral da República, por  corrupção. Com a denuncia ele perderia apoio junto à sua base e seria levado a renunciar. Vã esperança. Quando muito ele irá renunciar num pacto sinistro, juntamente com Dilma e Renan. Ele não irá puxar a fila e com isso irá manter a tensão e o confronto entre a Presidência e a Câmara dos Deputados.

Por outro lado, a classe média refutou a proposta de acordo e foi às ruas, pedir o "fora Dilma" Apenas uma parte cedeu aos apelos dos líderes empresariais em desanuviar o ambiente político. A resistência de uma parte significativa dela ao PT, incluindo Dilma e Lula, torna inviável o acordo das ruas, ainda que isso possa mais à frente levar a confrontos diretos entre facções contrárias.

Se Dilma, efetivamente, está voltada para os interesses nacionais e não para os interesses partidário ou mesmo para as idiossincrasias pessoais, deve renunciar à Presidência. Quanto antes melhor, para pacificar o embate político e restabelecer a confiança na economia.

Qualquer outra solução para a saída antecipada dela será vista pelos seus adeptos como um golpe e irão às ruas para protestar. Irão criar tumultos, vandalismos sem conseguir reverter  a situação. Mas com custo para a economia. 

A solução pacífica está na sua renúncia. À qual ela resistirá bravamente, acima de tudo, por razões pessoais. Mas o quanto ela resistirá às pressões? 

Jorge Hori

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Jorge Hori

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