Dentre tantos defeitos que irritam na esquerda, o vitimismo, essa ideia de uma grande conspiração para atacá-los, é certamente o mais cretino.
Vamos aos exemplos pois esses dias têm sido pródigos.
A intervenção do exército na segurança do Rio que aconteceu durante a instalação das UPPs, durante a Copa, durante as Olimpíadas, nunca foi indício de golpe militar. Agora é.
A "censura" do governo à faixa presidencial numa fantasia de um integrante de uma escola de samba. O desfile não foi censurado, o enredo não foi censurado, o samba não foi censurado, sequer a fantasia teria sido censurada. O problema era a faixa. Tiraram a faixa pq têm medo do governo. E tem gente que finge acreditar.
Agora, pegaram 3 revistas de grande circulação que venderam sobrecapas como propaganda para o governo, um formato já consagrado no meio publicitário há décadas. Podemos discutir o uso de verba pública em publicidade. Tamo junto, contem comigo. É uma prática questionável que sempre foi usada por todos os governos, e em todas as esferas, municipal, estadual e federal. Mas não é isso que se discute. Apenas tentam induzir os menos informados a acreditar que Época, Veja e Isto É, cometeram um deslize, uma distração que acabou por revelar o quanto a mídia estaria comprometida.
Má fé, desonestidade intelectual, pra dizer o mínimo.
Fabricam escândalos, distorcem a realidade, cunham frases de efeito como quem está genuinamente indignado quando, no fundo, é apenas fachada. Tentam apenas requentar um discurso que já se perdeu na própria fragilidade.
Acabaram com o seu sonho de esquerda viável.
Aceitem que dói menos.
(Texto de Marcos Hayun)