Aquele abraço: O Rio de Janeiro continua lindo...
13/02/2018 às 14:39 Ler na área do assinante"O Rio de Janeiro continua lindo
O Rio de Janeiro continua sendo
O Rio de Janeiro, fevereiro e março"
(Aquele Abraço - Gilberto Gil 1969)
Bons tempos. Incrivelmente o autor comunista de prateleira - Gilberto Gil - compôs essa música em 1969, em pleno regime militar. E sim, apesar dos revoltados, o Rio continuava lindo, continuava sendo, e fevereiro e março eram meses alegres de sol e praia. Em paz...
O mesmo autor que escreveu isso, foi e é um crítico ferrenho do regime que mantinha o Rio lindo. Com a elevação da sua corja ao governo, dificilmente alguém pode cantar esse trecho da música sem estar mentindo. Paradoxal? Claro! Mas o que não é paradoxal, incongruente, inconsistente e sem nexo na esquerda?
Aquele abraço para a Constituição de 1988, chamada de "Constituição Cidadã", que ampliou direitos e reduziu deveres a um tal ponto, que quando apregoou liberdades, o fez de forma tão excessiva que ampliou as liberdades e reduziu os deveres, criando o ambiente ideal para a proliferação desse fungo maligno chamado criminalidade.
Nem chegamos na metade do carnaval, e já temos os jornais e os telejornais recheados de notícias de assaltos e arrastões. Que vergonha. Vergonha pra nós, mas parece ser a alegria do Marcelo Crivella, que, por ideologia religiosa, preferia que a população estivesse enfurnada na Igreja Universal enchendo o traseiro do tio Macedo de dinheiro, comprando tijolinho ungido ou santificando a bunda na fogueira "santa" de Israel.
Bem, também, se não fosse ele, seria o outro Marcelo, o Freixo, dando carro alegórico e trio elétrico para facções criminosas e transformando-as em blocos. Acho que seria ainda pior.
Mas este é o carnaval num Estado falido pelas farras do Cabral (o Sérgio e não o Pedro Álvares) , sem dinheiro para a segurança e incapaz de reforçá-la, mesmo em períodos normais. Que dirá numa festa de 4 dias que reúne milhões de pessoas.
O Rio se tornou um mar de águas calmas e cristalinas para a bandidagem navegar, praticando todo tipo de abordagem. Até os butins são repartidos na rua e para quem quiser ver. Enquanto isso os grupos de idiotas ficam problematizando as fantasias de índio... Vai entender a que ponto chegou a imbecilização do brasileiro!
Não... O Rio de Janeiro não continua lindo, seu Gilberto Gil. E graças aos seus parceiros que transformaram o país numa esbórnia, sem lei, sem ordem, e para não deixar de fora o seu amado parceiro de ideologia, Caetano, também sem lenço e sem documento.
O Brasil pode se orgulhar em ser o único em franca involução, e o Rio agora parece representar a capital de tudo o que não presta. Se fossem apenas casos pontuais, vá lá. Mas virou uma constante o convívio nada harmônico entre a população e a criminalidade.
Marcelo Rates Quaranta
Articulista