Criação de uma Força Nacional permanente: Um grande golpe na democracia brasileira (Veja o Vídeo)
03/02/2018 às 20:42 Ler na área do assinantePrecisamos ficar vigilantes. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, defendeu a criação de uma Força Nacional permanente, em uma entrevista recente dada ao jornalista Datena, sexta-feira (2), como forma de conter a onda de violência que vem aterrorizando o país de Norte à Sul.
Seria essa uma boa solução para o nosso país?
Nossa democracia não estaria em risco se aceitássemos esse perigoso "Cavalo de Tróia Vermelho"?
Lembremo-nos da Venezuela e de seu ditador sanguinário Nicolás Maduro que vem utilizando sua poderosa “Força Nacional Bolivariana”, para esmagar como insetos, a população desarmada daquele país.
Segundo o ministro Raul Jungmann, está “nova” Força Nacional seria:
• Subordinada ao Ministro da Justiça e a Presidência da República (a atual PM é subordinada aos governadores de Estado e ao Exército Brasileiro);
• Poderia alcançar um contingente de aproximadamente 10.000 homens;
• Seria composta por militares concursados e/ou soldados do exército que se “destacassem” (que não são oficiais de carreira);
• O treinamento destes militares seria realizado pelo próprio exército brasileiro;
Seria prudente criar uma "Super Força Militar", bem treinada e equipada, que estaria sob total domínio e controle do Presidente da República e de seu ministro da justiça?
Será que se essa "nova" Força Nacional existisse na época em que a Presidência do Brasil estava na mão do PT, o impeachment de Dilma Rousseff teria saído?
Outro perigo que não pode ser desconsiderado é que esta "nova" Força Nacional, proposta pelo ministro, poderia ser utilizada por qualquer presidente tirano para impor a sociedade insatisfeita sua vontade, aos moldes do que vem ocorrendo hoje na Venezuela.
Atualmente, a Polícia Militar do Brasil, subordinam-se administrativamente aos governadores e são, para fins de organização, forças auxiliares e reserva do Exército Brasileiro, e integram o sistema de segurança pública e defesa social do Brasil, sendo os atuais integrantes da Força Nacional, recrutados entre os melhores militares da PM de cada Estado.
Hoje, caso um Presidente autoritário tentasse implantar um sistema antidemocrático em nosso país, encontraria dois grandes obstáculos: nossas FFAA e a PM, que está subordinada não só aos governadores de Estado eleitos democraticamente por partidos variados, como também ao próprio Exército Brasileiro.
Se conseguirem levar esta ideia a frente, bastará uma ordem do ministro da justiça, para que esta "milícia presidencial" entre em ação impondo a sociedade a sua vontade.
Não podemos ignorar e menosprezar a astúcia e a persistência da esquerda socialista latino-americana, que vem tentando implantar, muitas vezes com sucesso, sua agenda de dominação e o seu projeto de poder macabro. Desarmar a população civil; desmilitarizar a PM; enfraquecer nossas FFAA; controlar os meios de comunicação, as escolas e as universidades; implantar o caos social como forma de justificar uma maior repressão estatal; criação de uma polícia política sob o controle direto do chefe de governo; são apenas algumas das estratégias utilizadas.
Não podemos cair nesta armadilha. Existem outras maneiras mais eficazes e menos perigosas de tentarmos "endireitar" o nosso país.
A "venezuelização" do Brasil é um risco real e que precisa ser combatido a todo custo.
Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira
Médico anestesiologista, socorrista e professor universitário