Após divulgação sobre visita da PF, herdeiro de Delcídio tenta intimidar o Jornal da Cidade Online

01/02/2018 às 06:33 Ler na área do assinante

Numa quinta-feira, dia 25 de janeiro, a Polícia Federal fez uma visita ao majestoso hospital da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems).

A entidade, fundada em 2011, é até hoje administrada por um mesmo grupo privilegiado, só teve dois presidentes em toda a sua existência, e ambos sempre a utilizaram com fins notadamente de promoção pessoal, eleitorais e partidários.

Lauro Sérgio David, o primeiro presidente, usou e abusou da Cassems como trampolim para chegar à Assembleia Legislativa, deixando em seu lugar o seu vice, o médico Ricardo Ayache, que, por sua vez, seguiu o mesmo ‘script’ e só ‘largou o osso’ por um momento, um curto período, quando se licenciou com a pretensão de conseguir um mandato senatorial, de braços dados com o ex-senador Delcídio do Amaral, de quem era fiel seguidor político. Ayache com a decadência do ex-petista ficou órfão e tenta de outras formas seguir uma carreira politica, numa insaciável busca por um mandato.

Após perder a eleição para o Senado na chapa em que o 'mestre' Delcido concorria ao Governo do Estado, Ayache voltou para o posto cativo e continua o utilizando habilmente para se projetar politicamente, vendendo a imagem de grande gestor. Coisa fácil, quando se tem receita certa e volumosa, sem qualquer dificuldade para arrecadar e descontada na folha de pagamento de uma vasta clientela, os sofridos servidores públicos do estado de Mato Grosso do Sul.

Ayache na realidade é um grande e lamentável engodo, um gestor de araque.

Fraudes em licitações, superfaturamento e desvio de material utilizado em tratamento de cardiopatias, motivaram a visita da Polícia Federal. Segundo a PF um grupo criminoso atuava no setor de hemodinâmica, para diagnósticos e tratamentos cardíacos.

Tais fatos evidentemente depõem contra a fama de grande gestor que Ayache tenta propagar com vasta publicidade paga com o dinheiro dos servidores públicos de Mato Grosso do Sul.

E as tais fraudes ocorreram justamente na área de cardiologia, o que demonstra ainda mais a fraqueza administrativa do presidente da entidade. Ayache é cardiologista.

Nada ainda foi comprovado sobre o envolvimento do médico que dirige a Cassems, porém indubitavelmente cai por terra sua fama de grande gestor.

Vale ainda salientar, que logo após a publicação da matéria no Jornal da Cidade Online, na quinta-feira (25 de janeiro), uma assessora de Ayache, débil e arrogante, ligou para o editor, ‘exigindo’ o ‘direito de resposta’. Incontinenti, como é sempre a postura do jornal, um veículo opinativo, mas extremamente democrático, o espaço foi colocado à disposição da ‘fulana’.

Não satisfeita, possivelmente a mando do chefe, vieram as ameaças de propositura de ação judicial e adoção de todas as medidas ‘administrativas e jurídicas cabíveis’, foi o que disse a jovem petulante.

‘Fiquem à vontade’, respondeu nosso editor.

A tal ligação (devidamente GRAVADA) ocorreu às 14h42 (horário de Brasília). Às 15h36 o texto com o tal ‘direito de resposta’ estava no ar.

Cuidarei pessoalmente e com extrema atenção do caso da Cassems, do inquérito na Polícia Federal e de todas as aventuras de seu presidente. É esta a orientação que recebi da editoria.

Quanto às ameaças, repito o que foi dito ao telefone pelo nosso editor: ‘Fiquem à vontade’.

‘Um jornal consciente não abre mão do seu direito de crítica’.

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