A democracia brasileira, consagrada da sua Constituição como o regime de governo do povo, pelo povo estaria em ou sob risco, com as crises políticas, econômicas e éticas?
Embora sem aparente risco de quebra institucional, com a ocorrência de um golpe pela derrubada do Governo, pela força, as tentativas de afastamento da Presidente, ainda que dentro dos procedimentos constitucionais são vistas por alguns grupos ou pessoas como golpe. Não só contra ela, mas contra a democracia. O que é também colocado pela própria Presidente, uma vez que foi legitimamente eleita pela maioria dos eleitores votantes.
As fraturas na democracia real se baseariam em dois pontos:
1. a mídia é dominada pelos grupos conservadores e com o apoio do "sistema financeiro", distorceria os fatos, enfatizando as versões contra o governo petista, fraudando a vontade popular;
2. as eleições envolvem grandes gastos, o que torna os candidatos reféns do poder econômico, o que também fraudaria a vontade popular.
Em síntese, os segmentos da população que veem riscos para a democracia apontam para a influência do poder econômico como manipulador ou fraudador da vontade popular.
Teríamos no Brasil, em realidade uma plutocracia e não uma democracia.
Mas como e porque os grupos econômicos promoveriam a eleição de um Governo popular e porque estariam contra agora?
O setor econômico privado não é monolítico, contemplando vários segmentos, com várias posições, embora todos com um objetivo comum: lucrar e acumular capital.
O PT fez o acordo com o segmento dos fornecedores do Estado, principalmente as empreiteiras e, com a operação lava-jato elas ficaram inteiramente vulneráveis, sem condições de continuar dando apoio ao PT e à sua base aliada.
O segmento financeiro lucra em silêncio e não pode se expor muito. Apoia o governo, mas de forma velada. Até porque se apoiar expressamente, o resultado político será o inverso. O PT quer e precisa do apoio dos banqueiros, faz uma política econômica que os favorece, mas evita demonstrar porque a sua base é contra.
O setor industrial foi o mais afetado pela crise econômica e quer mudanças. O mesmo ocorre com os agentes econômicos do comércio e dos serviços.
O Governo e o PT perderam o apoio das "classes empresariais" que se beneficiaram das benesses do Governo, mas agora não querem mais esse governo que apoiaram ou toleraram.
Nunca foi uma alternativa ideológica, porém pragmática. As condições agora mudaram e eles não querem mais o Governo que está instalado.
Jorge Hori
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Jorge Hori
Articulista