Você posta a sua felicidade? Transmite ao vivo todas as suas alegrias em seus perfis? Coloca efeitos incríveis nos registros instantâneos de sua vida? Em suma, você exibe uma vida ultra mega feliz?
Bem, vocês já entenderam que eu to falando do mundo encantado das redes sociais onde ou todo mundo é esquizofrenicamente feliz, 24 horas, ou os lados obscuros e tristes da vida são compartilhados como numa exibição de circo, aquário ou numa vitrine de loja.
E de repente chega o fim do ano com seus eventos mágicos como Natal e Ano Novo: hora de ver o facebook e o intagram transbordarem alegria e felicidade.
Parece que aquele problema de saúde, de dinheiro curto, de família ou no trabalho, só você tem, mais ninguém.
“Não, eu não tenho momentos incríveis de Natal pra postar, não quero criar uma foto ou vídeo que pareçam mais alegres que o meu espirito mas eu também não quero compartilhar gente morrendo ou sendo presa.”
Definitivamente eu me torno um ET.
Acordei dia 25 de dezembro e fui à praia, coisa que não fazia há muito tempo. Posto 10, Ipanema.
O pouco tempo que consegui ficar na areia, pude ouvir diferentes papos de celular onde todos, sem exceção, discutiam com alguém e falavam mal da noite de Natal. Andando pelo calçadão cruzei com duas famílias emburradas. Um dos casais discutindo. Confesso que tive uma sensação clandestina de felicidade: estava vendo o mundo real, igual o meu!
Com pontos baixos, momentos baixo astral, problemas, chateações. Viva o mundo real.
Queridos ouvintes, não se abatam com a vida prozac das redes sociais, elas são flores de plástico. Vivamos a vida privada dos lindos jardins de flores de verdade.
Vida de mais verdades e menos fake news, vida de mais espontaneidade e autenticidade e menos poses montadas.
Vida de menos selfie e mais câmera apontada para o horizonte.
Um beijo e um feliz, privado e real 2018.
Bia Willcox
Blogueira