Entre o conforto indesejável da mentira e a verdade ácida, o que escolher?
22/12/2017 às 08:42 Ler na área do assinanteAo debruçarmos nossa reflexão acerca deste assunto, imaginamos ser complexo, amplo, todo questionamento que envolve um mundo por demais vasto de opiniões que sugerem a frouxidão dos costumes, da própria liberdade humana, como se os paradigmas aceitos, fossem obsoletos aos modelos tolerados, como comuns, normais, até mesmo, inquestionáveis.
No universo humano, vivemos realidades conflitantes, antagônicas, opostas, como por exemplo, os contrastes existentes entre o dia e a noite, o sol e a lua, o bem e o mal, a verdade e a mentira.
Diante dos abusos causados pela tolerância clara a toda promiscuidade pública suscitada por grupos que pautam sua pretensa escolha em atitudes de vandalismo, escândalos, esboçando posturas em nada possuidoras de moralidade, pensamos que de repente, o mundo parece compelido ao uso e abuso de toda liberdade, de forma que os modelos dantes aceitos são hoje tratados como escusos, anormais, diferentes da linguagem que ora presenciamos em nosso cotidiano complexo e absurdamente doente.
A princípio, não existe uma moral “relativa”, nem sequer deve existir tal conceito.
Acho que aqueles que se moldam a estes mecanismos são na essência, causadores de um cisma social, onde tudo literalmente proibido, passa a não ter importância, parecendo que nossa geração tornou-se uma outra destituída de toda relação de valores, achada numa perspectiva nada animadora, que infunde o terrorismo de padrões, sem que possamos agir em defesa de nossas famílias, de nossos princípios.
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É fato comum a todos nós, que cada pessoa e cultura desenvolveu a sua própria definição do que é certo ou errado. Essa teoria é moralmente inaceitável porque implica que um ato pode ser certo para alguém até mesmo se for cruel, odioso ou prejudicial.
Cultura ou uma preferência pessoal não dita o que é certo ou errado. Tampouco religião pode, para cada área pode ter sua própria religião que descendeu de gerações anteriores. Deve haver um padrão maior, um que está mais correto e mais seguro para vivermos. Caso contrário somos levados a inventar nossas próprias opiniões que mudarão com o tempo por causa de nossa cultura.
Em nossos dias, existe uma busca incessante pelo Relativismo, e tudo que gira n seu entorno.
É claro que verdade é verdade em uma única vez e em um único lugar. É verdade para algumas pessoas e não para outras. É verdade hoje, mas pode não ter sido verdade no passado e pode não ser novamente no futuro, sempre está sujeito à mudança. Também está sujeito à perspectiva das pessoas, nessa tese se ampara os defensores da verdade relativa.
Para outro grupo, os que defendem a verdade absoluta, estes afirmam que tudo quanto é verdade uma vez e em um lugar é verdade todo o tempo e em todos os lugares.
O que é verdade para uma pessoa é verdade para todas as pessoas. Verdade é verdade se nós acreditamos nela ou não. Verdade é descoberta ou é revelada, não é inventado por uma cultura ou por homens religiosos.
Verdade não é o oposto de falsidade, é a ausência de falsidade. O mal não é só o oposto do bem, é a ausência do bem.
Usualmente, temos presenciado, falas que beiram a sandice, a falta de decoro, moralidade e assim, quase sempre, ouvimos acerca de condutas avessas à ética, respeito às leis e aos cidadãos, e assim, no corredor da história, não é novidade observar que mentira e verdade são parte do tecido humano, de forma inerente, não sendo, portanto, um ato pertinente tão somente, a uma casta política e/ou gestores públicos, que fazem mal uso de suas condutas e assim, geram escândalos, propinas, um mar de lama, sem precedentes, a envergonhar a nação e a todos nós brasileiros.
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Certamente, mentira e verdade são conceitos que nós usamos para definir formas de comportamento, mas não podemos ficar só na análise do comportamento. Temos que pensar qual o significado dessa atitude.
Mentimos para nós mesmos, quando não olhamos de frente para nossos sentimentos, movidos pela angústia que nos impede de reconhecê-los.
Nesses momentos ficamos cheios de “verdades”, que muitas vezes são frutos do nosso imaginário, do nosso mundo mental – essa verdade é uma grande mentira, que não espera a comprovação.
A mentira é um dos mecanismos de defesa que mais utilizamos, sem a intenção consciente de mentir.
A verdade não precisa ser conquistada, pois já está aí.
A verdadeira vida de um homem é o caminho no qual ele se desfaz das mentiras que lhe foram impostas pelos outros. Desprovido das roupas, nu, ao natural, ele é aquilo que é. Trata-se aqui de ser, e não de vir a ser.
A mentira não pode transformar-se na verdade, a personalidade não pode transformar-se na sua alma.
Não existe maneira de transformar o não-essencial em essencial. O não essencial permanece não essencial, e o essencial permanece essencial - eles não são conversíveis.
Esforçar-se pela verdade só vai criar mais confusão. A verdade não precisa ser conquistada. Ela não pode ser conquistada, pois já está aí. Apenas a mentira é que precisa ser descartada.
Todos os anseios, propósitos, ideais e metas, todas as ideologias, religiões e sistemas de aperfeiçoamento, de melhoramento, são mentiras. Cuidado com tudo isso. Reconheça o fato de que do jeito como você é agora, você é uma mentira, resultado de manipulação, produzido pelos outros.
A busca da verdade é de fato uma distração e um adiamento. É a fórmula encontrada pela mentira para disfarçar-se.
Olhe a mentira de frente, examine a fundo a falsidade que é a sua personalidade. Pois encarar a mentira é parar de mentir. Deixar de mentir é desistir de buscar alguma verdade - não há necessidade disso.
No momento em que desaparece a mentira, ali está à verdade em toda a sua beleza e esplendor. Encarando-se a mentira ela desaparece, e o que fica é a verdade.
“O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas, sim, por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.” (Albert Einstein).
Creia, o mundo pode ser um lugar marcado pela presença do mal, mas o cuidado de Deus, no sustenta, ampara e nos faz andar em lugares altos.
(Fontes: bereianos.blogspot.com/ periodicos.uem.br/ blogdaboitempo.com.br).
Pio Barbosa Neto
Articulista. Consultor legislativo da Assembleia Legislativa do Ceará