A revista Veja publica uma matéria de Rodrigo Rangel e Daniel Pereira tratando do instituto do qual o ministro Gilmar Mendes é sócio juntamente com seu filho, algo que, segundo alguns de seus colegas, gera grande constrangimento no plenário do STF. Mas esse não é o ponto principal da reportagem, antes fosse pois a matéria trata de algo realmente muito sério.
O que acontece é que, um dos patrocinadores do tal instituto é a companhia JBS, sim, a mesma JBS que conhecemos.
Isso já é uma informação chocante por si só, mas a mesma reportagem aponta várias informações no mínimo suspeitas. Tais como: O recebimento direto do dinheiro do patrocínio do instituto realizado pelo ministro Gilmar Mendes, a compra de um terreno do irmão de Gilmar no Mato Grosso pela JBS, jantares entre o ministro e o empresário Joesley Batista.
Além disso, o diretor jurídico do grupo JBS, Francisco de Assis, recomenda ao seu departamento financeiro que trate a relação entre Gilmar e JBS, de forma confidencial.
De acordo com essas e mais outras informações podemos chegar a uma conclusão: Gilmar Mendes, que deveria ser um homem da justiça e agir de forma totalmente diferente dos políticos, que são em maioria corruptos, age igualzinho a deputados e senadores que estão enrolados com a justiça e ao ser questionado a respeito do assunto, utiliza respostas como: "Não", "não sei", "tive a impressão", "pode ter sido", foram repetidas ao longo da entrevista.
Realmente, a corrupção ultrapassou os limites do Congresso Nacional, um ministro do STF que mantém conversas suspeitas a respeito de processos com um homem como Joesley Batista, preso por corrupção, que libera nove presos da Lava-Jato e que é contra a prisão em segunda instância só escancara o sistema de impunidade e propinocracia aqui instaurado.
Este é o nosso ministro, que vai sair impune dessa situação, assim como saiu o presidente denunciado por corrupção passiva duas vezes, o senador que foi pego em gravações suspeitíssimas e até mesmo o pé de chinelo que lhe enfia um ferro na cara levando tudo que você conquistou com suor do seu trabalho e assim também o traficante que reina nas favelas brasileiras portando fuzis de guerra em plena luz do dia.
E assim vamos indo no nosso país, onde trabalhar honestamente é se auto-declarar escravo e bobo-da-corte de verdadeiros bandidos, de pequeno, médio e grande porte.
Isso tudo sem a mínima possibilidade de defesa com relação a qualquer um deles.
Mas o carnaval chegará em breve e como sempre, a promiscuidade, a bebedeira, a gritaria irão tomar o lugar de toda a nossa revolta justificada.
Gilmar Mendes nunca foi um caso isolado, assim como nenhum dos bandidos que citei são.
E aí colega? Vai ficar parado? Claro que sim né? Por que não?
Dimas Márcio
Articulista