Dinheiro jogado fora no lixo em Brasília, desvenda a PF

26/11/2017 às 11:30 Ler na área do assinante

O Governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg resolveu contratar sem licitação para executar um suposto ‘contrato emergencial’ justamente a empresa que no processo licitatório havia apresentado o valor mais alto, superando todos os demais concorrentes.

O contrato efetuado sem licitação com a empresa Sustentare Saneamento S/A  atinge a bagatela de R$19,2 milhões e tem vigência de seis meses.

A situação gerou suspeita, que ficou mais forte ante a constatação de que o presidente da Sustentare, Adilson Alves Martins, tem vínculos com um escritório offshore de fachada, criado para lavar dinheiro desviado de empresas brasileiras, revela reportagem da Revista IstoÉ.

Adilson Martins era o representante jurídico da offshore Kadney Holdings LLC, no Brasil, conforme está descrito em procuração apreendida pela Polícia Federal.

Para justificar a contração da empresa de coleta de lixo, abrindo mão de uma economia de R$ 11,8 milhões em 180 dias, o governo de Brasília disse que a Sustentare possui uma especificidade que as demais não comprovaram possuir, como a separação do lixo.

Significa que o lixo comum segue por esteiras onde catadores e eletroímãs separam os restos sólidos dos resíduos biológicos.

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O que sobra de material orgânico passa ainda por peneiras para depois virar adubo orgânico. O rejeito segue para o aterro. A diferença do serviço, porém, é pequena em vista do montante do contrato, correspondente a apenas 2,64%. O que representa uma soma de R$ 2,7 milhões. Essa quantia é referente a todo o período de seis meses. 

O contrato emergencial ocorreu porque a licitação foi suspensa administrativamente pelo próprio governo de Brasília, através do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), para a análise de diversos questionamentos, esclarecimentos e impugnações interpostas por interessados. 

A Cavo Serviços e Saneamento S/A apresentou a melhor proposta. Em 13 de outubro, o SLU emitiu parecer assinado por especialistas do órgão em favor da Cavo. Segundo o documento, a empresa atendia a todas as qualificações demandadas pelo procedimento convocatório e que a proposta era vantajosa para a administração. 

Mas um novo parecer emitido pelo SLU na véspera da assinatura do contrato mudou a orientação do corpo técnico e afirmou que a escolha da Cavo foi, na verdade, um equívoco.

Diante desse impasse, a Sustentare foi contratada de maneira emergencial.

Tudo indica que a Cavo não atendeu exigências 'extra-contratuais'.

Fonte: IstoÉ

da Redação
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