A verdade sobre a elite brasileira e a desigualdade social
22/11/2017 às 03:26 Ler na área do assinantePara quem leu meus artigos anteriores sobre liberdade econômica e multiplicação de riquezas pode erroneamente crer que considero a desigualdade social algo insignificante. Ledo engano.
Eu considero a pobreza de um país e a falta de liberdade econômica problemas mais graves, o que não significa que a desigualdade social seja irrelevante.
Esqueçam os discursos típicos da esquerda brasileira, onde atacam inclusive a classe média que vem sendo massacrada e empobrecida nas últimas décadas.
Não, a verdadeira elite é apenas 0,05% da população brasileira, cerca de setenta mil pessoas que são a classe dos super-ricos brasileiros que ganham em torno de R$350mil mensais, e pagam apenas 6,5% de impostos enquanto os assalariados em R$5mil pagam 27,5%.
O Brasil está dividido onde a classe média é citada como elite, mas isso é parte da estratégia manipuladora da esquerda brasileira na guerra política, o inimigo é outro nesse caso, é justamente essa pequena elite que ganha dinheiro sem produzir nada, nesse nível de riqueza trabalha quem quer, e em alguns casos acabam se tornando "parasitas econômicos".
Para ilustrar melhor, vou levar a questão a uma escala mundial, metade do dinheiro do mundo (US$1,72trilhões) está em posse de apenas sessenta e duas pessoas. Esse montante de dinheiro também equivale a soma do dinheiro dos 3,6 bilhões de pessoas mais pobres. Definitivamente é assustador.
Em 1992, a Inglaterra havia feito um pacto com outros países da Europa em manter a libra em determinada cotação, mas o bilionário George Soros viu uma oportunidade de lucrar. Soros acumulou discretamente o equivalente a US$10bilhões em libras, e no dia 16 de setembro de 1992 ele vendeu tudo de uma vez, o preço da libra despencou. Em desespero o banco da Inglaterra tentou intervir e comprar libras, mas Soros era mais forte, no dia seguinte comprou as libras muito mais barato e lucrou US$1bilhão em um único dia, certamente a Inglaterra como um todo perdeu muito com isso, esse dia ficou conhecido como "quarta-feira negra".
Se um único bilionário tem esse poder, o que pode acontecer na hipótese de alguns se unirem em um objetivo comum? Mesmo sem essa união, eles possuem poder pra corromper a política com exigências visando benefícios particulares.
Creio que a tributação de grandes fortunas e heranças deveria ser uma tendência mundial, a França tentou fazer algo assim e foi forçada a recuar, pois os super-ricos franceses levaram seu capital a outros países, empobrecendo a economia francesa, ou seja, há questões que dependem do esforço conjunto de várias nações, o que torna quase utópico alguns objetivos.
Em suma, os super-ricos e bilionários são um efeito colateral do capitalismo que pode parecer inofensivo a princípio, mas pode se tornar um grande problema se continuar a ser negligenciado, o que daria espaço para mais promessas vazias da extrema-esquerda.
O capitalismo é o único caminho que traz riquezas a uma nação, mas não é perfeito, e sim algo que precisa ser constantemente corrigido e redirecionado por um governo que vise o bem-estar social e o bem de todos.
Gustavo Reichenbach
Articulista