Apesar da tremenda ‘paparicação’ que certa mídia aparentemente disposta a prestigiar a Operação Lava Jato dedicou à Ministra Cármen Lúcia (STF), que assumiu a presidência do Tribunal em lugar do desgastado Ministro Ricardo Lewandowski, ficou claro a que ela veio.
Escrevo sobre essa mesma mídia que antes projetava o Governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro - que hoje responde a “mil” acusações de corrupção - ou o então Presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, também envolvido em falcatruas, como prestigiados acima de Deus.
O “cartaz” de Sérgio Cabral em Brasília era tanto que a Presidente Dilma Rousseff estremecia e vibrava, de tanta alegria e emoção, da cabeça aos pés, só em ouvir a pronúncia do nome desse cidadão. Era o “queridinho” de estimação da Presidente Dilma, que hoje ainda tem a “cara-de-pau” de viajar pelo mundo por conta dos que pagam impostos, reunindo plateias de “babacas” em todo o mundo dispostos a ouvir as suas mentiras e infundadas lamúrias.
Pior ainda é o que acontecia com Sérgio Gabrielli, o “deus” da Petrobrás. Quando começaram alguns rumores de que ele poderia ser afastado da petroleira, aquela imprensa comprometida até debaixo d’água com “eles” ampliava e “apimentava” essas versões de tal sorte que se porventura isso acontecesse seria um enorme “baque” no valor de mercado da empresa e que as suas ações teriam uma queda vertiginosa.
Ficar ou não ficar Gabrielli era quase uma questão de sobrevivência, de vida ou morte para a estatal. Gabrielli saiu e não deu em nada, mas continuou a corrupção desenfreada que já existia no seu tempo
Ora, é evidente, pois, que o papel da Grande Mídia, nesses casos, foi meramente o de fazer “comerciais”, pró-Governo, certamente bem remunerados. Ninguém mais duvida que especialmente a Grande Mídia só divulga as versões dos fatos conforme é comprada.
Quanto às expectativas em torno do nome da Ministra Cármen Lúcia, que assumia a Presidência do Supremo, o puxassaquismo midiático passou de quaisquer limites. Ela viria para “moralizar” o Supremo, diziam e escreviam. E ela seria mais “macho” nas suas atitudes que os próprios Ministros que têm na Carteira de Identidade escrita a condição de sexo “masculino” (distinção que em breve provavelmente acabará com a tal de “ideologia de gênero”).
É realmente difícil traçar um perfil exato dos Ministros do Supremo. Eles divergem nos seus julgamentos somente nos limites admitidos pelo “Sistema”. E essas divergências nas “miudezas” dá a falsa impressão de “independência”. Porém o mesmo não acontece nas questões ESSENCIAIS, naquelas mesmas que poderiam abalar o domínio do “Sistema”, gerenciado exatamente nos Três Poderes.
Nessas situações o espírito-de-corpo do Tribunal não tem divergências e “fecha” inteiramente com o “Sistema”, do qual não passa de gerente e “cão-de-guarda”.
No que pertine à “organização criminosa” que fincou raízes fundas nos Três Poderes, no próprio “Sistema”, portanto, não se vê também no STF qualquer “arranhão” que possa trazer algum prejuízo ao domínio dessa organização criminosa, dessa “quadrilha”. Todos “fecham” nesse desiderato.
Muita esperança da sociedade civil foi jogada na lata de lixo pelo STF. Essa última que fizeram agora com o “delinquente” Senador Aécio Neves passou de todos os limites. Qual o currículo desse “cara”, além de ser neto de Tancredo Neves (que para mim também não tem qualquer currículo, mas que tem cartaz de “estadista”)?
Torna-se muito claro que o Supremo, por sua maioria (6x5), se acovardou no cumprimento do seu dever. Mas ele preferiu abrir mão da sua responsabilidade e competência para deixar com o próprio Senado a tarefa de descascar esse “abacaxi”. É evidente que Aécio será absolvido. Esse pessoal nem tem mais noção sobre o que é “vergonha-na-cara”. E como o Aécio é a “cara” do Senado, condenar Aécio daria no mesmo que condenar o Senado, que estaria proclamando: “eu (Senado) não tenho vergonha na cara !!!”
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado, sociólogo, pósgraduado em Sociologia PUC/RS, ex-advogado da antiga CRT, ex-advogado da Auxiliadora Predial S/A ex-Presidente da Fundação CRT e da Associação Gaúcha de Entidades Fechadas de Previdência Privada, Presidente do Partido da República Farroupilha PRF (sem registro).