A República do Chimarrão: os prós e os contras
10/10/2017 às 07:57 Ler na área do assinanteSe o Sul, excitado com o que aconteceu na Catalunha, resolver mesmo se separar do Brasil e partir para a carreira solo, vai ser muito bom e muito ruim.
Muito bom porque vamos poder inundar o instagram, o ‘feicebuque’ e o tinder com fotos feitas no exterior a cada vez que formos pular carnaval em Floripa, usar luva e cachecol em Gramado ou encher a cara na Oktoberfest.
E muito ruim porque, até sair um tratado de extradição, Lula estará a salvo de ir pra cadeia em Curitiba – ou poderá alegar perseguição por parte de uma potência estrangeira (ainda que chamar o Paraná de potência envolva um certo exagero).
Será muito bom porque vai dar pra ostentar no restaurante pedindo vinho importado – mesmo que seja o bom e velho Sangue de Boi.
Porém vai ser muito ruim porque a Giselle Bünchen não poderá mais ser considerada um orgulho nacional.
Mas vai ser bom porque nos livramos da Luciana Genro, da Gleisi Hoffman, da Maria do Rosário e do Requião.
Por outro lado, é ruim, porque vai ficar mais complicado trazer muamba do Paraguai, o que deve encarecer o uísque, o Amarula, os celulares e as calças Fiorucci.
Todavia vai ser bom porque a Maju não vai mais anunciar frentes frias chegando da Argentina – elas chegarão ao Brasil bem mais morninhas, vindas de Londrina, Chapecó e Ponta Grossa.
Entretanto, vai ser péssimo, porque, sem a contribuição da friaca sulista, a temperatura média no país deve subir drasticamente, afetando inclusive o aquecimento global.
Contudo vai ser ótimo, porque com o Grêmio fora do campeonato brasileiro, o Cruzeiro (meu time de coração) pula pro terceiro lugar e o Botafogo (meu time de adoção), para o quinto.
Cairão dramaticamente as chances de uma loura legítima ser Miss Brasil, teremos que substituir os gaúchos nas piadas machistas e o Rio Grande do Norte vai poder ser só Rio Grande.
Nada disso é bom nem ruim, é só uma constatação.
Ah, e com Dilma e os Engenheiros do Hawaii precisando de visto, é só botar um cônsul linha-dura em Porto Alegre e tá resolvido.
Eduardo Affonso
É arquiteto no Rio de Janeiro.