A triste realidade de quando o boicote a Rede Globo é uma gota no oceano

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Os serviços da lavanderia que eu utilizava pioraram de qualidade. O sistema de pré-reserva só funcionava quando o dono resolvia ver as mensagens, a quantidade dos produtos utilizados passou a ser regulada e o preço subiu.

Como resultado, passei a utilizar uma lavanderia concorrente. Mesmo com preços um pouco maiores e menor volume de roupas por lavagem, ela tem tudo o que a outra lavanderia não tem: atendentes à disposição, pode ser utilizada sem ter que agendar com o dono, menor regulação dos produtos.

Isto, entretanto, só é possível quando a concorrência entre os serviços é grande, ou seja, quando o estado se intromete o mínimo possível - de preferência, não se intromete - na área.

O que acontece no caso da televisão brasileira, por exemplo, é o exato oposto.

Por meio de um sistema de "concessões públicas", somente aqueles selecionados a dedo pelo estado brasileiro podem operar no mercado. Aos concorrentes estrangeiros é permitido somente operar na televisão por assinatura, acessível a menos brasileiros, mesmo que desejassem apenas comprar parte de um canal de televisão aberta.

E dá-lhe imposto em cima para financiar o "cinema nacional", aquele explorado principalmente pela Globo Filmes por meio da Lei do Audiovisual, uma versão para os cinemas da infame Lei Rouanet.

Portanto, a lógica de boicotar a Rede Globo pode até funcionar pontualmente - e creio que as críticas nas redes sociais tenham mais efeito sobre os anunciantes do que sobre a Globo em si - mas quando a principal mídia do país alcança 35 milhões de pessoas todas as noites e tem quase R$ 2 bilhões de lucro por ano, boicotes são gotas no oceano.

O que precisamos mesmo é de livre concorrência no setor de canais de televisão. Menos regulação, fim das concessões e permissão para livre entrada de novos concorrentes, brasileiros ou não. Precisamos de fortes concorrentes para que a Rede Globo seja obrigada a passar conteúdo menos enviesado e de melhor qualidade - ou ser banida do mercado se não o fizer.

Tudo aquilo que a esquerda - e a Rede Globo que defende e divulga suas pautas - mais teme.

(Texto de Marcelo Faria. Presidente do Ilisp e empreendedor)

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