Eu não ligo a mínima se você é gordo, magra, baranga, modelo, halterofilista ou esteticamente perfeito.
Mas eu não quero ver você nu. Não sou moralista. O corpo em si, não me incomoda. Pelo contrário, como médica esse é o meu instrumento de trabalho, tecnicamente falando. Mas o seu nu me incomoda pela atitude. Pela intenção que se esconde atrás do seu nu, que vem travestido de normalidade, de naturalidade, quando na verdade é recoberto da intenção de agredir, de incomodar e de chocar.
Não te conheço Peladão! Nunca te agredi e tão pouco te perturbei. Não sou obrigada a tolerar sua vontade de agredir, sobretudo de forma gratuita.
Não vou aturar a sua "revolta" contra a ordem estabelecida, contra a hierarquia ou sei lá o que! Pois a causa nem é essa. É só pra agredir mesmo. Agredir até a minha inteligência, chamando de arte, a exibição dessa porcaria de botão de elevador que você tem no meio das pernas ou essa pubis mal lavada!
Quer protestar? Tá revoltadíssimo?
Use argumentos. Ahh talvez você não os tenha. Escreva! Ahhh talvez você não saiba...
Então, não crie intimidade comigo, pois entre eu e você existe uma diferença abissal!
(Texto de Adriana Lisboa, médica em Santa Catarina)