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O significado dos recibos juntados aos autos por Marcelo Odebrecht
26/09/2017 às 10:42 Ler na área do assinante
Há um ano a Polícia Federal prendia o ex-ministro Antonio Palocci. Era então a 35ª fase da Operação Lava Jato, a Omertà ("humildade"), palavra que define o código "de honra" da máfia napolitana e tem como base um forte sentido de família e o voto de silêncio perante as autoridades.
Um ano depois, o código foi quebrado. Em vez do pacto de silêncio. o "italiano" Palocci negocia delação premiada e desvendou a Sergio Moro um outro pacto: o de sangue, celebrado entre Lula e a Odebrecht sob o olhar complacente de Dilma Rousseff.
O Diretório Nacional do PT suspendeu Palocci por 60 dias e estuda sua expulsão.
Já Marcelo Odebrecht entregou à Polícia Federal documentos para comprovar que doações oficiais de R$ 4 milhões ao Instituto Lula saíram diretamente do Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propinas da empreiteira. E nem dá para dizer que são legais: e-mails enviados, em novembro de 2013, para alguns executivos da Odebrecht informam que os repasses seriam feitos por via legal, mas debitados dos R$ 15 milhões da planilha “Italiano” – a “conta corrente” gerenciada por Palocci.
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Moral da história: que bom para nós, brasileiros, que nesse arremedo de máfia tropical a famiglia se desfez rapidamente.
Entregam uns aos outros, tentando salvar a própria pele. Parenti serpenti (Parente é serpente, em bom português).
#AcabouLula
(Texto de Sonia Zaghetto)