Quem perde e quem ganha com a liberalização da droga no país?
25/09/2017 às 16:09 Ler na área do assinanteUm assunto polêmico que vem sendo abordado sistematicamente pela mídia brasileira.
Principalmente após os ministros do STF, Luis Roberto Barroso e Gilmar Mendes, se mostrarem favoráveis a está liberalização.
Vários são os argumentos dos que defendem a legalização do uso da maconha e até da cocaína.
Vejam o que pensa um dos ministros:
"O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso acredita que a descriminalização do consumo da maconha é "um primeiro passo" que pode levar "a uma política de legalização (das drogas) e eliminação do poder do tráfico".
Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, ele explicou por que decidiu neste momento defender apenas a liberação do consumo de maconha, adotando uma posição divergente da do ministro Gilmar Mendes, relator do caso que avalia a descriminalização do uso de drogas. Mendes votou por descriminalizar todos os entorpecentes.
Barroso disse que adotou uma posição "um pouco menos avançada" porque acredita que assim "teria mais chance de conquistar a maioria" do tribunal.
"Tem que avançar aos poucos. Legalizar a maconha e ver como isso funciona na vida real. E em seguida, se der certo, fazer o mesmo teste com outras drogas", afirmou.
Como hoje ainda há muita resistência contra a liberação das drogas, o ministro considera que, se o STF decidir por descriminalizar tudo, "existe o risco de haver uma reação da sociedade contra a decisão,...". ( BBC Brasil, 14/09/15 ).
...."ver como tudo isso funciona na vida real".... Meu Deus, em que país estamos?
Fazer experiência com milhões de cidadãos, muitos imaturos, chega à ser surreal. Estamos mexendo com o futuro de nossa nação.
Quem sairia vencedor caso essa medida fosse aprovada?
O Governo, de uma forma geral se beneficiaria com a redução da população carcerária, além disso, arrecadaria muitos tributos.
Outro beneficiado, seria os envolvidos diretamente na produção e na comercialização dos entorpecentes.
O usuário, .... este, também poderia "torrar" os seus neurônios sem muita preocupação.
Para finalizar, deixo aqui algumas perguntas que necessitam de respostas:
• Será que a liberalização das drogas não passará aos jovens imaturos, a falsa mensagem, que as drogas não são prejudiciais à saúde, já que o governo as liberou ?
Não seria incorreto também, compararmos a experiência brasileira com experiências "bem sucedidas" que aconteceram em países mais desenvolvidos e mais estruturados?
Será que o tráfico e a criminalidade realmente se reduziriam com a legalização das drogas?
O dinheiro arrecadado com estes impostos
compensaria o nosso possível atraso intelectual, os recursos gastos com campanhas de conscientização e com a recuperação destes viciados?
Assunto tão complexo, deveria ser melhor debatido com toda a nossa sociedade.
Instrumentos mais democráticos precisam ser utilizados para solucionar esta delicada questão.
Melhor que uma decisão oligárquica tomada por um pequeno número de juízes indicados politicamente, seria uma consulta popular mais ampla, através, quem sabe, de um plebiscito.
Até mesmo uma votação na Câmara dos Deputados e Senado Federal, ficaria mais elegante e democrático, já que foram eleitos com nossos votos.
Não podemos nos calar e aceitar passivamente esta imposição, afinal de contas, é o futuro de nossos filhos e netos que está em jogo.
Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira
Médico anestesiologista, socorrista e professor universitário