No preciso momento da consagração, no lampejo meteórico sob as traves, duas oportunidades escancaradas: o gol da vitória e o gol da vitória. Bastava marcar. A favor. Jô, que pena, marcou contra. Fez com a mão um gol que poderia ser o da vitória caso revelasse à arbitragem ter cometido a infração.
O Corinthians, meu Corinthians, fez 1 a 0. Não venceu. Por causa do Jô. Um vitorioso na vida, depois de derrotar as más companhias, o álcool e as noitadas, depois de recuperar seu bom futebol e abrir caminho para novas conquistas, agora talvez saiba como é perder vencendo. Não precisava ser o anjo da vestalidade, nem o salvador das pátrias, nem excelência – poderia ter seu momento de Rodrigo Caio.
Jô preferiu perder. Não vai para o inferno. Nem pro paredão. As lições que já ensinou ao sair do abismo em que viveu podem resgatá-lo à planície do futebol que é como sonhamos: esporte de dignidade, de ser convivente, não da régua de troféus, de artilharias, de contratos fabulosos.
Anoiteci triste. Não adianta. Não consigo vibrar com este gol de Jô. Eu sou Corinthians. E sou louco.
Viva Rodrigo Caio!