Grave Denúncia: A crescente onda de procedimentos médicos realizados por não médicos
16/09/2017 às 19:21 Ler na área do assinanteTudo começou quando a ex-presidente Dilma Rousseff, no dia 11 de julho de 2013, sancionou, após vetar 10 pontos importantes, a lei que disciplina a profissão médica no país (Lei do Ato Médico).
Um dos pretextos utilizados para a desconfiguração do projeto original foi que a acupuntura se tornaria uma prática restrita aos médicos.
Talvez este tenha sido o maior golpe desferido contra a medicina e contra a própria sociedade brasileira.
Como foi previsto, instalou-se uma verdadeira confusão no mercado. Uma lei que possuía o intuito de organizar, acabou desorganizando e implantando o caos.
Muitos profissionais da saúde que não são médicos, passaram, à partir deste momento, a acreditar, que após uma pequena capacitação, estariam aptos a realizar procedimentos complexos, que à primeira vista parecem simples.
Como diz um velho ditado popular: ‘A ignorância é a mãe da coragem’.
Um bom exemplo do que digo é a ‘simples sedação’.
Enquanto médicos anestesistas experientes, por conhecerem sua complexidade e suas complicações, exigem uma série de cuidados para realizarem este procedimento com segurança, dentistas se aventuram a utilizar sedação com Óxido Nitroso (gás anestésico) em consultório, e pasmem, já pleiteiam a utilização de drogas anestésicas endovenosas.
É um absurdo o risco que está sendo exposta a nossa sociedade.
Já ministrei aulas de fisiologia para o curso de enfermagem e para o curso de odontologia, e posso afirmar com propriedade que o enfoque dado é outro. O mesmo ocorre com farmacologia, semiologia, anatomia e outras matérias importantes do curso de medicina.
Mais que uma simples defesa de nosso mercado de trabalho, estamos preocupados com o grande perigo que isso representará para a parcela mais humilde da população que depende do SUS.
Ou vocês acham que a população mais abastada se submeterá à este perigo?
Precisamos ficar atentos.
Hoje, com este excesso de faculdades de medicina espalhadas por todo o Brasil, não existe a menor dificuldade, para quem deseja ser médico, cursar uma faculdade.
Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira
Médico anestesiologista, socorrista e professor universitário