É médico. É calculista. É frio. Como médico, gostaria de comentar (veja o vídeo)
14/09/2017 às 20:36 Ler na área do assinanteEsta foi uma das frases que o Ex-Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, proferiu, quarta-feira (13), ao honrado Juiz Sérgio Moro, ao defender-se das diversas acusações que o transformou no réu mais famoso do Brasil, quiçá, do planeta.
Não vou negar, que como médico, minha primeira reação foi de indignação e revolta, porém, ao analisar melhor o caso, e após fazer algumas considerações, passei, do sentimento de raiva para o sentimento de indiferença.
Não deve ser fácil se sentar naquela cadeira após ter sido recebido, em um passado não muito distante, nos mais importantes e luxuosos salões presidenciais do mundo. De herói à bandido em um piscar de olhos.
Após as 12, desculpe-me, 13 badaladas, digo, anos de governo petista, a carruagem se transformou em uma abóbora, digo, batata quente, que precisa ser digerida.
Fica fácil compreendermos a postura de Lula frente ao Juiz Sérgio Moro.
Respondam-me com sinceridade ao seguinte questionamento: Alguém já viu algum bandido na delegacia, ou mesmo no pronto-socorro, com cara de mau, arrogante ou assumindo a culpa pelos seus delitos?
Não amigos, não podemos ser por demais exigentes com o ex-presidente Lula.
Outro detalhe que precisa ser compreendido é a sua enorme indignação com o seu comparsa Palocci, afinal de contas, traição e ingratidão, são as duas atitudes mais odiadas no mundo do crime organizado.
Lembram do filme "O poderoso chefão"?
Se como médicos ficássemos magoados com esta atitude de Lula, nos igualaríamos à ele.
Salvar vidas e oferecer conforto aos nossos pacientes, sem esperar nenhum retorno em troca, faz parte da missão e é nossa obrigação.
Finalizando, um último aviso ao ex-presidente Lula:
O senhor pode ficar tranquilo, somos médicos. Quem somos nós para julgá-lo?
Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira
Médico anestesiologista, socorrista e professor universitário