Lula não tem que provar nada.
Quem tem que provar é a acusação.
Cadê os recibos negativos de aluguel ("Declaro, para os devidos fins, que NÃO recebi o aluguel do imóvel tal..."), cadê?
Cadê as provas de que os recibos não existem?
A acusação não apresentou uma foto sequer dos recibos inexistentes.
Se não tem como provar que eles não existam, logo, eles existem, e estão sendo ignorados por um juiz parcial.
Mesmo que, hipoteticamente, os recibos não existam, quem nunca esqueceu de pagar o aluguel de um apartamento de cobertura por vários anos? Quem nunca alugou um apartamento de um dono rico e desapegado que não se lembra de cobrar o aluguel? A culpa é do proprietário, da imobiliária, do ‘adevogado’ da imobiliária, não dele.
A perseguição é tanta que até demonstrações de afeto por parte do Lula são alvo de ataques.
Qual o problema de, durante um interrogatório, chamar a Procuradora de "querida"? Ela não merece ser querida? Queria que chamasse de "mal amada"?
Lula errou, sim.
Não era santo.
Cercou-se de gente médica, fria e calculista, como o Palocci.
De gente engenheira, fria e calculista, como o Odebrecht.
De gente doleira, fria e calculista, como o Fernando Baiano.
De gente açougueira, fria e calculista, como o Joesley.
De gente mascadora de chiclete, fria e calculista como a Monica Moura.
Lula é ingênuo, e as pessoas frias e calculistas, de todas as profissões, se aproveitam.
Lula não sabe quem comprava terreno para o instituto que não é dele ou pagava os voos fretados para as palestras secretas no exterior que ele não fazia. Pode ter sido o Itaú, o Bradesco, o Bamerindus.
Deve ter sido o Bamerindus, que fechou em 1997, cinco anos antes da sua primeira eleição.
Quem nunca teve um banco ectoplasma pagando suas despesas? Quem?
Por falar em ectoplasma, era a Marisa quem cuidava de aluguel, IPTU, contrato, reforma, projeto, investimento, planejamento estratégico, logística, pré-sal, essas coisas da casa.
Ainda por cima tendo que acompanhar a obra de um triplex que não era dela e que cuidar dos patos de um sítio que não lhe pertencia, era querer demais que ela tivesse cabeça pra guardar recibos...
Eduardo Affonso
É arquiteto no Rio de Janeiro.