Lula, o inocente...

14/09/2017 às 09:43 Ler na área do assinante

Lula não tem que provar nada.

Quem tem que provar é a acusação.

Cadê os recibos negativos de aluguel ("Declaro, para os devidos fins, que NÃO recebi o aluguel do imóvel tal..."), cadê?

Cadê as provas de que os recibos não existem? 

A acusação não apresentou uma foto sequer dos recibos inexistentes. 

Se não tem como provar que eles não existam, logo, eles existem, e estão sendo ignorados por um juiz parcial.

Mesmo que, hipoteticamente, os recibos não existam, quem nunca esqueceu de pagar o aluguel de um apartamento de cobertura por vários anos? Quem nunca alugou um apartamento de um dono rico e desapegado que não se lembra de cobrar o aluguel? A culpa é do proprietário, da imobiliária, do ‘adevogado’ da imobiliária, não dele.

A perseguição é tanta que até demonstrações de afeto por parte do Lula são alvo de ataques.

Qual o problema de, durante um interrogatório, chamar a Procuradora de "querida"? Ela não merece ser querida? Queria que chamasse de "mal amada"?

Lula errou, sim. 

Não era santo.

Cercou-se de gente médica, fria e calculista, como o Palocci. 

De gente engenheira, fria e calculista, como o Odebrecht.

De gente doleira, fria e calculista, como o Fernando Baiano.

De gente açougueira, fria e calculista, como o Joesley.

De gente mascadora de chiclete, fria e calculista como a Monica Moura.

Lula é ingênuo, e as pessoas frias e calculistas, de todas as profissões, se aproveitam.

Lula não sabe quem comprava terreno para o instituto que não é dele ou pagava os voos fretados para as palestras secretas no exterior que ele não fazia. Pode ter sido o Itaú, o Bradesco, o Bamerindus.

Deve ter sido o Bamerindus, que fechou em 1997, cinco anos antes da sua primeira eleição. 

Quem nunca teve um banco ectoplasma pagando suas despesas? Quem?

Por falar em ectoplasma, era a Marisa quem cuidava de aluguel, IPTU, contrato, reforma, projeto, investimento, planejamento estratégico, logística, pré-sal, essas coisas da casa.

Ainda por cima tendo que acompanhar a obra de um triplex que não era dela e que cuidar dos patos de um sítio que não lhe pertencia, era querer demais que ela tivesse cabeça pra guardar recibos...

Eduardo Affonso

É arquiteto no Rio de Janeiro.

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