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Os criminosos passionais, quando sob julgamento, dizem que mataram suas mulheres por amor.
Que falácia, Roberto Lyra, cognominado o ‘Príncipe dos Promotores de Justiça’, já em 1930, dizia que o amor não mata, que gesto de amor não são golpes de facas, nem punhaladas, nem disparos de arma de fogo, gesto de amor sim, é a entrega de um buquê de rosas, um presente, um abraço, um beijo, uma viagem.
Que o amor é amigo dos altares, dos templos, dos berços, das maternidades. O amor é elevado e não desce as vis agressões, as cadeias, as tragédias, aos cemitérios.
Os criminosos passionais, via de regra destroem a própria família, aniquilam o futuro de filhos, dividem famílias, causam dores irreparáveis na alma de entes queridos, etc. e agem sim, por machismo, arrogância, prepotência, egocentrismo, crueldade na frustração amorosa, sentimento de posse e mau-caratismo.
Pela natureza e locais desse tipo de crime a polícia não consegue prever e a vítima quase sempre está indefesa.
De outra forma, o criminoso passional nem se livra do processo e já vai procurar novo relacionamento amoroso e nova vítima.
É preciso apenar exemplarmente esse tipo de criminoso, assim buscando baixar os alarmantes índices desses casos.
(Texto de Ulisses Duarte, Promotor de Justiça aposentado)