A entrega de uma intimação judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto ele ainda estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, agravou as tensões já existentes entre o ex-chefe do Executivo e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A oficial de Justiça chegou ao hospital por volta das 10h30 e conseguiu acesso ao quarto de UTI às 12h45, momento em que entregou a documentação e obteve a assinatura de Bolsonaro. O ex-presidente, em recuperação de uma cirurgia no intestino delgado realizada para tratar complicações decorrentes da facada sofrida em 2018, reagiu ao episódio com perplexidade, relatando a aliados que considerou a situação “inacreditável”.
Aliados políticos de Bolsonaro classificaram a ação do STF como uma demonstração de “falta de bom senso”, argumentando que a intimação poderia ter sido postergada até a alta hospitalar, respeitando tanto o estado clínico do ex-presidente quanto medidas básicas de prevenção de infecções. A equipe médica, inclusive, havia recomendado que Bolsonaro não recebesse visitas, reforçando a preocupação com sua condição de saúde.
A decisão da Corte, porém, foi amparada em uma ordem direta do ministro Alexandre de Moraes, que considerou a situação compatível com os trâmites legais, especialmente após o ex-presidente participar de uma transmissão ao vivo no dia anterior à intimação. Em nota oficial, o STF esclareceu que os demais réus do processo já haviam sido citados entre 11 e 15 de abril e que a citação de Bolsonaro foi programada para um momento “adequado” em virtude de sua internação. Segundo o tribunal, a live demonstrou que Bolsonaro estava em condições de receber a oficial de Justiça.
A alegação de que o ex-presidente teria feito uma live e que isso poderia servir de parâmetro para dizer que ele estava bem para ser citado, é ridícula e pernóstica.
Qual é o nível de stress de fazer uma live, e qual o nível de stress de receber uma citação judicial?
Sim, são duas coisas completamente distintas e distantes.
Tensão toma conta de Brasília...
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