Uma aula sobre um país que merece a leitura: Joesley um idiota útil, criação do sistema
06/09/2017 às 21:49 Ler na área do assinanteEsse Joesley, coitado, é um idiota útil e até hoje não entendeu.
Cheio de si, alega que conhece e se adapta bem ao "sistema".
Não percebeu, coitado, que foi apenas usado por esse "sistema".
Que foi uma criação do tal "sistema".
O "fenômeno" Joesley - que apareceu do nada e meteoricamente se transformou num dos homens mais ricos do Brasil - foi criado nos anos Lula à custa de dinheiro do BNDES.
Não percebeu, o pobre coitado, que estava sendo transformado apenas num operador.
Um doleiro de luxo.
Casou com a moça bonita da televisão, viveu um período de opulência e glamour, porque precisavam colocá-lo numa posição acima de qualquer suspeita.
Mas o "sistema" estava ali, o tempo todo, de olho nele.
Estavam engordando o porco para depois devorá-lo.
O "sistema", neste caso, é uma seleção de políticos traiçoeiros que são donos do Brasil há anos.
Os caciques.
O "sistema" é suprapartidário.
Todos eles sabiam que um imbecil feito o Joesley seria importante em algum momento.
O sujeito se transformou numa caderneta de poupança desses políticos e partidos.
Precisa ajudar o Lulinha!
Chama o Joesley.
Precisa de dinheiro para a campanha de fulano!
Chama o Joesley.
Precisa calar a boca do Cunha!
Chama o Joesley.
Precisa pagar o advogado do Aécio!
Chama o Joesley.
Joesley era um caixa eletrônico ambulante de políticos e partidos, recheado de dinheiro nosso - seu e meu - desviado para inflar suas empresas.
Joesley, que se julga malandro, foi o otário de plantão para os políticos da velha guarda.
Esses sim, ratazanas experientes.
Um malandro de verdade não teria caído nesse conto.
Joesley só percebeu que era o mais trouxa de todos no começo desse ano, quando começou a apertar para o seu lado.
Justo ele, que se imaginava amigo do rei, acima do bem e do mal, com acesso a toda essa "gente importante" que jamais teria conhecido.
Joesley é um deslumbrado. O tempo todo fala de suas reuniões com os políticos como se fosse um igual. Se gaba da Ticiana, deslumbrado que também está de casar com uma sub-celebridade.
Joesley é isso.
Um ignorante, um trouxa, um deslumbrado que foi usado pelos políticos experientes até que percebeu que o "sistema" o tinha expurgado.
Aí começou a gravar tudo. Até o Temer.
Saiu com seu gravador vagabundo tentando se munir de provas que pudessem ser negociadas.
Foi então que encontrou o Janot.
Janot sabia que tinha os dias contados na PGR.
E sabia quem era o verdadeiro Joesley.
Sabia que poderia sair da PGR como o homem que derrubou a República.
Era só fazer Joesley falar e mostrar suas gravações.
Então fechou aquele acordo de delação premiada de pai para filho. Joesley abriria o jogo e sairia livre.
Joesley, claro, acreditou.
Afinal era o amigo do rei, o "sistema" veio salvá-lo, pensou.
Janot só não sabia de duas coisas:
1. Joesley não tem competência para incriminar ninguém. Ao contrário. Só ele se queima, porque o "sistema" é mais esperto. Nem comprar gravador ele sabe. Então o acordo acabou não servindo para nada, a não ser expor a estratégia de Janot e a safadeza de Joesley.
2. Que o "sistema" está, também, acima dele (Janot) e já havia corrompido até seu braço direito, Marcelo Miller, que já operava ao lado de Joesley.
O "sistema" é mais poderoso que Janot, Joesley, você e eu.
O "sistema" ferrou o Joesley, o Janot e o Marcelo Miller.
E está aos poucos esvaziando a Lava Jato.
Mas isso a gente sabia.
E talvez justamente por isso a gente não bate mais panelas nem sai as ruas.
Inconscientemente aprendemos que somos todos Joesleys: trouxas que o "sistema" utiliza nas eleições e depois dispensa.
Só não ficamos ricos, nem casamos com a Ticiana.