A lição deixada pela respeitada travesti Rogéria, que “erikas e dudas” deveriam assimilar e aprender
17/04/2025 às 11:51 Ler na área do assinanteNos bons tempos em que as coisas eram mais simples, homem era homem, mulher era mulher e travesti era travesti, brilhou Rogéria.
Estivesse viva, faria 82 anos em maio, e seria certamente uma lição valiosa para certos cabeça de bagre, nestes tempos de lacrofobias.
Durante décadas, Rogéria divertiu uma geração com sua inteligência, ironia, talento e especialmente lucidez.
Nascida Astolfo, Rogéria foi maquiadora, vedete, atriz, cantora e apresentadora.
Jamais escondeu ou disfarçou sua verdadeira condição biológica, a de homem, pelo contrário, a ironia fina com que abordava o assunto obteve o respeito e admiração de todos os seus fãs.
Entre os quais me incluo.
Hoje, os maiores incentivadores da fobia contra os travestis, ou trans, são os próprios dudas e erikas, envolvidos fantasiosamente em intermináveis e inúteis discussões lacradoras sobre o tema.
O problema enorme desses seres nascidos homens é que apenas podem imitar uma mulher, seus trejeitos.
Podem desejar ser mulher.
Até essa página da cartilha, tudo bem.
O problema é a página dois: Querem ser mulheres biológicas, fantasia que um simples espelho detona.
E pior, querem impor ao mundo, à força, essa 'realidade', que só existe em suas pequenas cacholas.
São esses dudas e erikas, portanto, os maiores incentivadores do preconceito e discriminação, por rejeitarem a própria condição trans, ao exigirem a aceitação do mundo como mulheres biológicas. Que não são.
Se respeitassem a própria condição, seriam respeitadas igualmente, como foi Rogéria.
Marco Angeli Full
https://www.marcoangeli.com.br
Artista plástico, publicitário e diretor de criação.