O nojo dos brasileiros contra a justiça corrupta do país

04/09/2017 às 07:56 Ler na área do assinante

Aos poucos a gente começa a entender por que as pessoas desistiram. Por que ninguém mais vai às ruas e por que ninguém para essa bagaceira de país em que nos transformamos.

A repulsa maior é contra o judiciário. Contra juízes corporativistas que atendem aos apelos da mãe-desembargadora e tiram da cadeia um traficante de alto coturno. Juízes que vendem sentenças e continuam recebendo salários e benefícios quando afastados. Juízes como Marco Aurélio Mello que há poucos dias mandou soltar um traficante pego com mais de 200 quilos de droga. Ou como Gilmar Mendes, que vem debochando das leis e da nossa cara há anos.

Eles não têm com o que se preocupar. Não dependem do voto do cidadão, apenas são sustentados por eles. Enquanto esses psicopatas tiverem poderes vitalícios, esse país permanecerá na mais profunda lama.

A repulsa maior é contra um juiz que manda soltar um homem que ejaculou em cima de uma mulher dentro do ônibus, e ainda sentencia que o ato não configura constrangimento ou violência. Que homem é esse? De que material ele foi forjado para expressar uma sentença que pune a vítima e desmotiva as denúncias? Será que essa criatura tem algum grau de humanidade? Tem mãe, esposa ou filha? Qual seria a sentença se o fato tivesse ocorrido com uma delas? Detalhe: o sujeitinho protegido pelo juiz tem nada menos do que cinco acusações de estupro, foi 13 vezes detido por ato obsceno e importunação ofensiva ao pudor, num total de 18 passagens pela polícia.

Até quando a sociedade ficará exposta a mentes psicopatas como essas? Ejacular em cima de uma mulher dentro de um ônibus não configura constrangimento?

A sociedade não foi calada pelos políticos. Foi calada por um judiciário imundo, prepotente e cheio de homens e mulheres com transtornos psiquiátricos. Em sã consciência ninguém teria coragem de escrever uma sentença nesses termos. É um doente. Um ser abjeto e desclassificado.

Não vamos mais para a rua, não paramos o país porque já entendemos que a impunidade é endêmica, enraizada e intransponível.

Meu mais profundo pesar àqueles que celebraram uma mulher à frente do STF. Aquela que disse ser "inadmissível, inaceitável e insuportável ter que conviver sequer com a ideia de violência contra a mulher".

Frases vazias que servem para valorizar títulos de matérias nos jornais. Nada mais. Fraca, acovardada e conivente. O poder judiciário atual trabalha a favor da criminalidade. Ponto.

Texto de Silvana Destro

da Redação
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