Seis jornalistas foram afastados pela ESPN após participarem da edição do programa "Linha de Passe", exibido ao vivo na segunda-feira, 7 de abril, onde fizeram críticas contundentes à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ao seu presidente, Ednaldo Rodrigues. A ação da emissora aconteceu após pressões da própria Confederação, segundo relatos confirmados por diferentes fontes.

Participaram da bancada os jornalistas Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares. Além deles, Dimas Coppede também foi retirado da programação. Durante a discussão, o grupo repercutiu as denúncias detalhadas por uma reportagem da revista Piauí, que acusava a CBF de financiar viagens de luxo ao Catar para aliados do presidente da entidade durante a Copa do Mundo de 2022. O pacote incluía hospedagens em hotéis de alto padrão, ingressos para os jogos e até o uso de cartões corporativos da confederação.

A publicação da Piauí levantou sérias questões sobre a gestão da entidade, mas, conforme observado pelo jornalista Gian Oddi, o tema recebeu pouca atenção da mídia esportiva.

"Manifestei ontem, no Linha, meu inconformismo com a pouca repercussão da matéria da @revistapiaui sobre a gestão da CBF. Muitos reforçaram que a própria ESPN pouco repercutiu (eu mesmo afirmei isso). Pois bem: informo que o Linha de Passe de hoje, 22h, será todo dedicado ao tema", escreveu ele em seu perfil no X (ex-Twitter), antes do programa ir ao ar.

Fontes ligadas à ESPN confirmaram que, após pressões diretas da CBF, a alta direção da emissora decidiu intervir, promovendo alterações na escala dos jornalistas a partir da terça-feira, 8 de abril. Vale lembrar que a ESPN mantém atualmente um contrato de transmissão com a CBF para os jogos do Campeonato Brasileiro da Série B, o que levanta suspeitas de conflito de interesses.

Ednaldo Rodrigues foi reconduzido recentemente ao cargo de presidente da CBF por aclamação, sem oposição, recebendo apoio unânime de todas as federações estaduais e dos clubes das Séries A e B.

As assessorias da ESPN e da CBF foram procuradas para comentar o caso, mas ainda não emitiram nota oficial.

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