Se a polícia prende mal a justiça solta bem, Lewandowski?

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Ontem, dia 19 de março, dia de São José, padroeiro dos trabalhadores, a Rede Globo convidou uma trabalhadora para falar sobre seu ofício: Policial.

Por óbvio a Globo não convidou a capitã PM Jaqueline para homenagear uma trabalhadora, tampouco em homenagem a São José, o assunto era violência em um bairro de São Paulo, o Ipiranga, aquele da independência.

A capitã é porta-voz da PM de São Paulo e abordou o assunto de forma bastante técnica mostrando as ações da polícia militar e as dificuldades em relação a manter os criminosos presos.

No final da entrevista a PM entregou a jornalista Patrícia Poeta um ficha criminal "quilométrica" de um indivíduo que rouba no bairro Ipiranga, que já foi preso 16 vezes, que se encontra solto pela justiça e praticando os mesmos crimes.

Caso como este ocorre diariamente em todo Brasil,  não apenas em São Paulo. Criminosos portando fuzis,  sequestradores, traficantes presos com toneladas de drogas, homicidas, dentre outros, todos estes casos guardam uma coisa em comum: a liberação dos criminosos em audiência de custódia.

A cena da Capitã Jaqueline entregando a extensa ficha criminal de um individuo, que apesar de preso 16 vezes, continuava solto e praticando crimes, viralizou, sendo divulgada inclusive nas redes sociais do governador Tarcísio de Freitas.

Coincidentemente ou não, horas depois o ministro da justiça e segurança pública afirmou em uma entrevista que a polícia no Brasil prende mal.

Relembrando um pouco da história recente, o desgoverno Lula iniciou seu terceiro "Reich" com o então ministro Flávio Dino, sem um programa nacional de segurança pública, sem uma política pública para a área.

Sem planejamento algum copiou e colou (ctrl C ctrl V) o PRONASCI, que já tinha sido utilizado em 2007 no segundo "Reich" de Lula e que fora um fracasso, sendo relançado apenas em março de 2023.

Com a indicação de Flávio Dino para o STF,  assumiu Ricardo Lewandowski (fevereiro de 2024),  tão perdido que logo no início de sua gestão houve a primeira fuga da história de um presídio federal de segurança máxima, presídio esse sob responsabilidade de Lewandowski.

Qual ação tomada pelo ministro para aumentar a segurança nos presídios? Reforçar a segurança nas unidades prisionais? Não, o ministro proibiu divulgar as fugas dos presídios.

Lewandowski enquanto presidente do STF/CNJ em 2015, foi o responsável pela implementação das audiências de custódia no Brasil e o que serviria para agilizar o processo e julgamento de presos, hoje é o maior "simbolo" de impunidade no país.

Como se não bastassem todos os problemas que as Polícias vivem em seu dia a dia, o STF,  casa de origem de Lewandowski e da audiência de custódia, também produziu sob a lavra do ministro Edson Fachin,  a ADPF 635, aquela que proíbe que as Polícias do RJ façam operações em favela. As consequências o povo carioca sofre todos os dias, e mais, faz com que o crime organizado se expanda para outros estados, levando sofrimento para todo povo brasileiro.

Criminosos no Brasil tem tanta certeza da impunidade que estão avançando para a "desapropriação" de bens alheios, como fazem os traficantes do RJ,  por exemplo, tomando casa de moradores nas comunidades.

Ministro Lewandowski,  se a polícia prende mal, a justiça solta "bem"?

Foto de Henrique Alves da Rocha

Henrique Alves da Rocha

Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.

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