Marcelo Rubens Paiva, autor de “Ainda Estou Aqui”, um poço de ressentimentos e desejo de vingança
18/03/2025 às 12:23 Ler na área do assinanteEste é Marcelo Rubens Paiva, 65 anos de idade, autor do livro autobiográfico publicado em 2015, "Ainda estou aqui", e que deu origem ao filme de mesmo nome, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro neste ano de 2025.
Tamanha foi a repercussão do filme que nem seria necessário maiores apresentações do escritor, mas faremos um pequeno resumo para quem ainda ignore sua história e por qual motivo aqui está, objeto da minha análise.
Marcelo é um dos filhos de Rubens Paiva, um deputado cassado nos anos 60 , engenheiro de formação, proveniente de família abastada, e que participou ativamente do movimento de guerrilha daqueles anos, ainda que não tenha pegado em armas, mas contribuído nos bastidores para que informações importantes e cartas de exilados chegassem ao seu destino.
Como é sabido por todos, foi morto, de maneira lamentável e injustificada, em interrogatório que passou dos limites do aceitável sob qualquer perspectiva que se olhe e avalie o caso.
O corpo de Rubens Paiva nunca foi encontrado.
Marcelo era uma criança de 11 anos quando seu pai morreu no ano de 1971.
Eram tempos difíceis para quem estava envolvido diretamente nesta luta armada, onde militares tomaram o poder em 1964 para impedir o avanço do movimento socialista que pretendia implantar um regime aos moldes da União Soviética no país, endureceram o regime a partir de 1968, com o aparecimento do AI-5, e a partir daí, todo um movimento cresceu no sentido da volta da Democracia ao país.
Onze anos passados, em 1979, surgiu a Lei da Anistia, ainda sob o regime militar, onde foi concedida anistia irrestrita a todos que praticaram crimes políticos no período de 1961 a 1979, de ambos os lados do conflito.
Foram libertados 100 presos políticos e 2 mil exilados retornaram ao país, em movimento preparatório para a redemocratização do Brasil.
45 anos se passaram.
E é aí que entra o nosso personagem Marcelo, hoje um senhor de 65 anos de idade, de quem se espera alguma serenidade diante da enorme complexidade que é a vida, com seus prós e contras, suas ambiguidades e tudo o que cerca as sempre difíceis relações humanas.
Não bastasse o trauma da perda do pai, Marcelo também passou pelo trauma físico de um acidente que o deixou paraplégico ainda bem jovem.
Espera-se de alguém com esse histórico de vida um mínimo de sabedoria, empatia, compaixão pelos que sofrem e sofreram, na própria pele, as fatalidades da existência terrena.
Mas não é o que acontece com Marcelo.
Marcelo é um poço de ressentimentos e desejo de vingança, revanche, que transborda a cada fala, em cada texto que escreve.
Ontem, em evento realizado na USP em comemoração sobre os 40 anos de democracia no Brasil, na presença da togada Carmen Lúcia, e a ela se dirigindo, disse as seguintes palavras:
"Faltam pessoas nas ruas pedindo "sem anistia" aos presos pelos atos de 8 de Janeiro de 2023. Estou sentindo falta das pessoas nas ruas, pedindo "sem anistia" aos golpistas."
Disse mais.
Deseja um retorno ao passado.
Deseja que sejam novamente analisadas questões que tratam da extinção da punibilidade os autores de crimes políticos. Marcelo não esquece. Marcelo está preso ao passado. Marcelo quer presos todos aqueles que ainda estão vivos e foram anistiados pela Lei.
Mas se Marcelo não se esquece seletivamente de alguns nomes, o mesmo não acontece com todos aqueles que praticaram crimes políticos naquela mesma época, sequestrando embaixadores, como é o caso de Fernando Gabeira, praticando assaltos, como o realizado na casa da amante do governador Paulista Ahemar de Barros, em busca de um cofre, organizado entre outros, por Dilma Rousseff, práticas subversivas cometidas por Miriam Leitão e tantos outros bem conhecidos na cena brasileira atual.
Terão eles também suas anistias revogadas?
Ou tal revogação de extinção de punibilidade só irá valer para aqueles que a ele interessam de maneira bem seletiva?
Com a premiação do filme que conta a história da sua família, Marcelo parece ter tomado ares de importância, e parece seguir na direção contrária daquela que todo brasileiro necessita no momento:
conciliação, tolerância, maturidade.
Marcelo necessita de ajuda.
Marcelo não está bem.
Marcelo sonha com pelotões de fuzilamento.
Hoje, domingo, Marcelo postou:
"Com Supremo, com tudo. Sem anistia a golpistas".
Calma, Marcelo.
Quem olha muito para abismos, corre o risco de por ele ser sugado.
Menos, meu caro.
Estamos todos no limite da paciência.
Não jogue ainda mais lenha nessa fogueira que já arde em fogo alto.
O tombo, o segundo, pode ser maior do que o esperado.
Silvia Gabas.
Conheça o blog da autora: https://silviaouseparaser.blogspot.com/
Siga o Jornal da Cidade Online no Facebook: https://www.facebook.com/jornaldacidadeonline
Torne-se nosso assinante, o que lhe dará o direito de assistir o primeiro PODCAST conservador do Brasil e ter acesso exclusivo ao conteúdo da Revista A Verdade, onde os "assuntos proibidos" no Brasil são revelados. Para assinar, clique no link: https://assinante.jornaldacidadeonline.com.br/apresentacao
Nas últimas semanas, o impeachment de Alexandre de Moraes ganhou força. Certamente, será o ponto de partida para colocar um fim em toda a cruel perseguição contra o ex-presidente Bolsonaro, seus aliados e a mídia independente como o JCO! O "sistema" quer esconder o que realmente aconteceu em 2022... Porém, para o "terror" do "sistema", tudo isso foi documentado no livro "O Fantasma do Alvorada - A Volta à Cena do Crime", um best seller no Brasil. Não perca tempo. Caso tenha interesse, clique no link abaixo para adquirir essa obra:
https://www.conteudoconservador.com.br/products/o-fantasma-do-alvorada-a-volta-a-cena-do-crime
O próprio Bolsonaro já conhece o livro:
Contamos com você!