Em meio a um cenário de forte tensão política, o ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu milhares de apoiadores na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo, 16 de março. Cercado por governadores, parlamentares conservadores e uma multidão vestida de verde e amarelo, Bolsonaro deixou um recado direto às instituições: “Se eu for preso, continuem lutando!”

A manifestação acontece poucos dias antes do julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisará a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros 33 aliados, acusados de tentativa de “golpe de Estado”. A possibilidade de sua prisão, que antes parecia distante, agora se tornou uma ameaça real, e nem mesmo seus aliados mais otimistas descartam esse cenário.

Nos bastidores, a direita busca um último movimento para evitar o pior. Durante a manifestação, Bolsonaro revelou um acordo com Gilberto Kassab, líder do PSD e figura influente no Centrão, para viabilizar a votação da anistia aos presos do 8 de janeiro. Segundo ele, essa será a luta mais importante de todas: “Libertar os inocentes da prisão”.

A manifestação deste domingo deixou claro que a base bolsonarista segue firme e mobilizada. Mesmo sem cargo, Bolsonaro continua sendo o maior símbolo do conservadorismo no Brasil. Sua eventual prisão, longe de enfraquecê-lo, pode fortalecer ainda mais sua imagem, tornando-o um mártir para milhões de brasileiros que se sentem órfãos de representação política.

Governadores como Cláudio Castro (RJ), Tarcísio de Freitas (SP), Jorginho Mello (SC) e Mauro Mendes (MT) reforçaram apoio ao ex-presidente e deixaram claro que o movimento conservador seguirá unido, independentemente dos desdobramentos jurídicos que possam vir.

Se Bolsonaro for preso, as consequências são imprevisíveis. A manifestação de hoje foi mais do que um ato de apoio – foi um aviso. Milhões de brasileiros já escolheram seu lado e demonstraram que não pretendem recuar.

Se a prisão de Bolsonaro for o próximo capítulo, o desfecho desta história é ainda imprevisível.

Karina Michelin. Jornalista.

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