
A Justiça benevolente reduz a pena de detento responsável por crime que chocou o país
15/03/2025 às 06:58 Ler na área do assinante
Lindemberg Alves, condenado pelo assassinato da ex-namorada Eloá Pimentel em 2008, teve sua pena reduzida em 109 dias por determinação da Justiça de São Paulo. A decisão foi assinada na última terça-feira (11) pelo juiz José Loureiro Sobrinho, da comarca de São José dos Campos.
Atualmente cumprindo pena de 39 anos na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, em Tremembé, Lindemberg conseguiu a redução com base em sua participação em atividades laborais e educacionais dentro da prisão. Do total abatido, 107 dias correspondem ao tempo trabalhado entre 2021 e 2024, enquanto os outros dois dias foram concedidos pela conclusão de um curso de empreendedorismo oferecido pelo Sebrae em 2022.
A advogada do condenado, Marcia Renata, ressaltou que a decisão segue a Lei de Execução Penal, que permite a diminuição da pena para detentos que estudam e trabalham. Segundo ela, Lindemberg mantém uma rotina de trabalho desde o início de sua detenção e nunca teve registros de faltas disciplinares.
“Seu comportamento na unidade prisional sempre foi classificado como bom. Sendo assim, é esperado que ele continue a receber novos abatimentos enquanto mantiver sua rotina de trabalho e estudo, reduzindo gradativamente o tempo de cumprimento da pena”, afirmou a defensora.
O crime que chocou o Brasil
Em outubro de 2008, Lindemberg invadiu o apartamento onde Eloá morava e a manteve refém por mais de 100 horas, junto com a amiga Nayara Rodrigues e outros dois colegas. Após negociações, os reféns foram liberados, exceto Eloá. Nayara chegou a ser enviada de volta ao local pela polícia, numa tentativa de acalmar a situação.
O sequestro terminou em 17 de outubro, quando a polícia invadiu o apartamento ao ouvir um disparo. Antes da ação dos agentes, Lindemberg baleou Nayara, que sobreviveu, e disparou dois tiros contra Eloá, que morreu no dia seguinte.
Inicialmente condenado a 98 anos de prisão, Lindemberg teve a pena reduzida para 39 anos em 2013. Em 2021, ele chegou a obter o direito ao regime semiaberto, mas o benefício foi revogado quatro meses depois. No entanto, no final de 2022, ele conseguiu novamente a progressão de regime.
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