

A ausência de uma visão abrangente em relação ao conflito Rússia/Ucrânia tem induzido muita gente -inclusive autoridades - a ter uma visão parcial do perigo representado por uma guerra em escala mundial.
A opinião identitária, que transforma os personagens desse conflito em santos ou demônios, conforme a conveniência e o momento, é em grande parte responsável pela desinformação e ações completamente alienadas de alguns governantes.
Essa opinião, ou postura; a de se identificar cegamente -seja pelo que for- com determinado personagem significa deixar de lado as críticas ao seu inimigo, com uma fidelidade canina e pouco inteligente para os que pretendem entender o imbroglio .
Ora, criticar Zelensky pelo ditador oportunista que tem se mostrado nesse conflito não significa esquecer das atrocidades e erros de Wladimir Putin, ex oficial da KGB que é o ditador na Rússia desde 2012.
Sim, Putin invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, revivendo um antigo conflito, mas antes disso suas façanhas expansionistas já eram vistas pelo mundo, como a participação russa no conflito contra os separatistas chechenos, ou, quando primeiro-ministro no governo Medvedev, em 2008, apoiou os separatistas da Ossétia do Sul e da Abecásia, na Guerra Russo-Georgiana, sempre na disputa por territórios.
Putin foi criticado severamente por não reconhecer a independência da Georgia, ao ser declarada, em 1991, justamente quando a antiga União Soviética estava se dissolvendo.
A lista de ações - especialmente expansionistas - de Putin é longa, e inclui a intervenção russa na Guerra Civil Síria, conflito que durou de 2015 a 2024, onde Putin apoiou abertamente o regime do ditador sírio Bashar al-Assad, que enfrentava o grupo extremista Estado Islâmico.
Abreviando uma longa lista, que vai do conflito da Criméia até a ação de Putin ao invadir a Ucrânia -conflito que começou em 2014- é fato que essa ação pode e deve ser duramente criticada, e territórios que por direito pertencem à Ucrânia devem ser devolvidos a esse país, como os territórios de Donbas, Donetsk ou a República Popular de Lugansky, onde Putin interviu, ao lado dos separatistas russos.
Reparações decorrentes dessa invasão devem constar de um eventual acordo, igualmente.
No entanto, não reconhecer que essa guerra estúpida não teria sido sustentada por Zelensky nem por um mês não fosse a intervenção do governo globalista de Biden, que despejou bilhões de dólares -e armamentos- para alimentá-la, ou a ajuda da União Europeia, igualmente interessada na manutenção do conflito, é negar a realidade, ou enxergar apenas parte dela.
Importante salientar, igualmente, que para Zelensky a guerra tem sido generosa, e um grande negócio.
O fato de ter sido invadido nada tem a ver com isso, o oportunista apenas agarrou a oportunidade.
Denúncias de desvios de verba -para enriquecimento próprio- feitas por países como os EUA são uma constante, reforçados agora por Trump.
Enquanto Putin mantém pé firme nas suas exigências -dificultando, obviamente, uma solução- para um possível acordo mediado por Trump, Zelensky segue ao sabor do vento e dos dólares necessários para continuar sua guerra.
Não bastasse, surge agora um terceiro personagem, -ou quarto, se registrarmos a presença de Trump como mediador- o lunático francês Macron, que, embora mal consiga administrar seu próprio país, quer armar a Europa inteira com bombas nucleares 'contra seu inimigo', a Rússia, colocando mais lenha numa fogueira que parece estar longe de ser apagada.
Macron, obviamente, tem também seus interesses escusos na manutenção dessa guerra.
A configuração geopolítica mundial mudou drasticamente -embora alguns ainda não consigam assimilar o fato- a partir da eleição de Trump como presidente dos EUA.
Trump é, literalmente, a esperança do mundo que quer paz.
E justiça.
Se Trump não for capaz de deter esses lunáticos, a previsão é sombria.
Marco Angeli Full
https://www.marcoangeli.com.br
Artista plástico, publicitário e diretor de criação.