O tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, um dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por organização criminosa e tentativa de golpe de Estado, apresentou sua defesa preliminar ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (6). Em um movimento inusitado, indicou como testemunha o próprio relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes.

Bezerra argumenta que Moraes, por ter sido apontado como alvo de um suposto plano golpista, deve ser ouvido como vítima. Segundo a Polícia Federal (PF), a organização criminosa teria elaborado um plano chamado "Punhal Verde Amarelo", que previa atentados contra Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice, Geraldo Alckmin (PSB).

A defesa do militar sustenta que o pedido de oitiva do ministro ocorre sem intenção de promover uma “defesa antiética”, mas sim para garantir um “direito técnico efetivo”. Segundo os advogados, o nome de Moraes aparece 43 vezes na denúncia da PGR, o que justificaria seu depoimento.

Além de Moraes, Bezerra incluiu em sua lista de testemunhas o ministro do STF Flávio Dino, o presidente Lula e outras cinco pessoas. No caso de Dino, a defesa afirma que, à época dos atos de 8 de Janeiro, ele era ministro da Justiça e poderia esclarecer as medidas adotadas pelos órgãos de segurança para conter os ataques às instituições democráticas.

O STF ainda analisará a solicitação do militar antes de decidir sobre a inclusão das testemunhas no processo.

• Quando a Justiça deixa de ser cega e começa a enxergar até o que não existe

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