A guerra da Ucrânia, os globalistas totalitários e a revolta liderada por Trump

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Kaja Kallas, a chefe da diplomacia da União Europeia, declarou ontem que “o mundo livre precisa de um novo líder”, em um ataque direto a Trump, logo após a desastrosa postura de Zelensky na Casa Branca. Como eu suspeitava, a atitude de Zelensky não foi mero acaso, mas uma estratégia deliberada dos globalistas europeus para tentar enfraquecer Trump.

A questão central é que a União Europeia não representa o “mundo livre”. Trata-se de um projeto socialista totalitário, baseado em altos impostos, forte regulação estatal e na supressão de liberdades individuais — incluindo a liberdade de expressão e a de associação política.

Cada vez mais, a UE avança sobre a soberania de seus países-membros, concentrando poder em uma elite tecnocrática não eleita sediada em Bruxelas. Nesse processo, conservadores são rotineiramente censurados ou até criminalizados. Na Alemanha, por exemplo, há esforços para banir a AfD, segunda maior força política do país, com 20% dos votos. Na Romênia, juízes alinhados a Bruxelas anularam uma eleição presidencial sob a alegação de “interferência russa” — quando, na realidade, a motivação foi a vitória de um candidato de direita.

Nos últimos anos, a UE adotou uma política de fronteiras abertas, incentivando a imigração em massa, sobretudo de muçulmanos, que não compartilham os mesmos valores ocidentais — para dizer o mínimo. Essa política coincidiu com uma explosão na criminalidade e em atentados terroristas. Cidadãos que se manifestam contra essa situação são comumente silenciados e até detidos.

O objetivo dessa imigração em massa é claro: reduzir a coesão social para, assim, facilitar a concentração de poder nas mãos dessa elite. Paralelamente, a decadência econômica europeia se evidencia na queda da inovação e na perda de competitividade global. Altos impostos e regulações destinadas a sustentar um Estado de bem-estar social acabam por desestimular a criação de riqueza.

Enquanto isso, a mentalidade totalitária globalista se espalha para o resto do Ocidente, sendo abraçada pela esquerda americana, que se valeu do aparelho estatal para fortalecer o projeto globalista, em detrimento dos Estados Unidos. É nesse contexto que entra a OTAN, aliança militar que moldou a ordem global bipolar após a Segunda Guerra, com o propósito original de combater a ameaça totalitária soviética.

Infelizmente, após a queda do Muro de Berlim, a OTAN passou a atuar como um aparelho globalista, contrário aos valores ocidentais de defesa das liberdades individuais e da soberania dos povos, e favorável a uma forma de socialismo autoritário. Não por acaso, a AfD liderou a votação na antiga Alemanha Oriental, e partidos de direita têm obtido vitórias no Leste Europeu, região que foi escravizada pelos soviéticos até a derrubada do Muro. Esses cidadãos conhecem muito bem a natureza de um projeto totalitário e são capazes de identificá-lo na União Europeia.

É nessa interseção entre o globalismo totalitário e a crise na Ucrânia que chegamos ao cenário atual. A Ucrânia é um país há muito tempo dividido, com uma população russa significativa e, simultaneamente, um forte sentimento antirrusso devido ao genocídio promovido por Stalin — que matou 6 milhões de ucranianos — e às décadas de dominação subsequentes.

Putin e os globalistas europeus, através da OTAN, influenciam a Ucrânia há décadas, travando uma guerra política contínua para moldar eleições e fomentar revoltas de ambos os lados. Não se pode negar que Putin foi o agressor ao invadir o país, mas também é inegável que os globalistas atuam de maneira sistemática para manipular o cenário local.

Essa guerra de influência política, conduzida por intermédio de academia, cultura, imprensa, religião e outros meios, sempre foi uma realidade global desde o fim da Segunda Guerra. A diferença é que, ao expor ações da USAID, Trump desvendou parte desse aparato de imposição de um projeto globalista totalitário, em vez da suposta promoção de uma “democracia de livre mercado”, que teria sido o ideal após a queda do Muro.

Os brasileiros sentem o impacto direto dessas políticas globalistas. O regime autoritário que hoje censura e prende conservadores no Brasil é fruto da implementação desse projeto, que define a simples existência de uma direita "populista" como ameaça à “democracia”. Na verdade, trata-se do mesmo modelo totalitário europeu de Estado inchado, que controla cada aspecto da vida do cidadão, nega liberdade de expressão e de associação política, e concentra o poder em uma elite tecnocrática, que "empurra a história para a direção correta", através de abortismo, ideologia de gênero, ambientalismo radical, identitarismo, entre outros pontos da agenda de extrema-esquerda.

Não por acaso, o primeiro objetivo desse projeto é controlar a internet para impor a censura. Os globalistas já dominam a grande imprensa e o meio acadêmico há muito tempo, mas perderam o monopólio sobre o fluxo de informação com a popularização das redes sociais.

Mesmo com uma estrutura multitrilionária, não conseguiram frear o movimento “populista” nos EUA. Concretamente, houve uma contenção desse avanço por meio da manipulação do processo eleitoral americano em 2020 e da tentativa de prender e neutralizar Trump — da mesma forma que fazem com Bolsonaro no Brasil. Porém, Trump sobreviveu, e o povo americano se deu conta de que os globalistas de seu país estão conduzindo a nação rumo ao abismo.

Como o vice-presidente JD Vance salientou em Munique: por que manter uma aliança com a União Europeia se os europeus já não compartilham mais os valores fundamentais do Ocidente, como a liberdade de expressão e de associação política? Eu iria além e questionaria: como manter uma aliança com um inimigo que, nos últimos anos, trabalhou para nos censurar e prender?

É uma tática simplória associar quem denuncia o caráter totalitário europeu à propaganda russa. Claro que a ditadura russa explora essa divisão no Ocidente, mas isso não invalida a veracidade do que foi exposto, tampouco reduz a importância desse fator na falta de coesão ocidental.

Eis o pano de fundo da desastrosa reunião entre Zelensky e Trump, que expôs um abismo crescente aberto no Atlântico. Para os EUA — e, na verdade, para qualquer defensor da liberdade — simplesmente não faz sentido apoiar a União Europeia sob esse modelo atual.

O melhor cenário seria uma vitória esmagadora da direita na Europa, que pusesse fim ao projeto totalitário em curso. Entretanto, isso é difícil após décadas de implementação do socialismo e de aparelhamento estatal pela esquerda, marcada pela censura e pela criminalização de quem pensa diferente.

O pior desdobramento seria o fortalecimento do eixo russo-chinês, que representa um projeto de sociedade ainda mais autoritário do que aquele defendido pelos globalistas europeus. Mesmo assim, para brasileiros, americanos e europeus, o totalitarismo globalista é uma ameaça real e imediata, enquanto o totalitarismo russo-chinês é bem menos presente.

De qualquer forma, o mundo já não será o mesmo. Trump, ao escancarar a agenda totalitária em jogo, tornou muito mais difícil que esses grupos continuem se apresentando como “democratas” impunemente.

Leandro Ruschel.

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