
Estrategicamente, Elon Musk vai assumindo gradativamente a ofensiva contra Moraes
02/03/2025 às 09:19 Ler na área do assinante
Elon Musk, com o poder que lhe confere o alto cargo que assumiu no governo Donald Trump, está gradativamente assumindo uma ofensiva que poderá ser fulminante contra o ministro Alexandre de Moraes.
As críticas e acusações contra o magistrado brasileiro estão ganhando uma força descomunal e, por enquanto envolvem três frentes: ação judicial contra o ministro, projeto de parlamentares que podem barrar o ministro do STF nos EUA e ameaças de retaliações econômicas.
As justificativas para as ações são que as decisões de Moraes sobre o bloqueio de perfis de usuários e exclusão de conteúdos na rede social X, configuram censura.
Nesse sentido, mesmo sem entrar diretamente na briga, Elon Musk tem feito manifestações públicas contra o ministro.
Depois que o deputado Rich McCormick pediu que Moraes fosse alvo de sanções econômicas, o bilionário sul-africano questionou se o magistrado possui bens nos EUA que poderiam ser alvo de bloqueios.
“Moraes não possui propriedade na América?”, questionou Musk durante uma discussão em torno das possíveis retaliações que o governo dos EUA poderia aplicar contra Moraes.
Em uma outra manifestação, Musk usou emojis de fogo e força ao comentar uma publicação do Bureau de Assuntos para o Hemisfério Ocidental, vinculado a chancelaria norte-americana, que classificou as decisões do ministro do STF como “censura”.
Além disso, o dono do X usou de ironia ao responder uma declaração do senador Mike Lee, que chamou Moraes de “Voldemort brasileiro” e cobrou sanções, baseadas na Lei Magnitsky, contra o ministro brasileiro.
“O que acontece se alguém for adicionado a essa lista?”, questionou Musk.
Criada em 2016, a Lei Magnitsky é um mecanismo que permite o governo norte-americano sancionar autoridades estrangeiras, acusadas de violar os direitos humanos. A retaliação acontece por vias econômicas, com o bloqueio e restrição do patrimônio nos EUA dos alvos das sanções.