O economista David Deccache, muito atuante no X, foi demitido do cargo de assessor do PSOL. Seu problema: criticar o “austericídio” do governo Lula, muitas vezes de maneira afrontosa, inclusive contra deputados do próprio partido. Quem não conhece o perfil, vale dar uma passadinha. É a caricatura do perfeito economista latino-americano.
Essa crise do PSOL é muito útil para conhecermos as entranhas do partido de Guilherme Boulos. Ficamos sabendo, por exemplo, que há dois “campos” (partidos de esquerda se dividem em campos ideológicos, que determinam táticas de “luta” contra os opressores): o Todas as Lutas e o Movimento Esquerda Socialista (MES). O primeiro, sob a liderança de Boulos, é majoritário, e conta com deputados como Érika Hilton, Ivan Valente e Tarcísio Motta. No MES temos os psolistas radicais (não, não é um pleonasmo): Erundina, Sâmia Bonfim e Glauber Rocha são alguns exemplos. Deccache foi demitido pelo grupo de Boulos.
O PSOL, como sabemos, nasceu de uma costela do PT em 2003, quando um grupo de deputados foi expulso por ter se recusado a votar pela reforma da Previdência dos funcionários públicos. Depois de mais de duas décadas de independência, e talvez cansados de serem um PCO com grife, o partido, sob a liderança de Guilherme Boulos, fez uma federação com o Rede de Marina Silva e aproximou-se do PT de Lula para fins eleitorais. Em 2022, pela primeira vez desde a sua fundação, o PSOL não lançou candidato à presidência e, em 2024, também pela primeira vez desde a sua fundação, o PT não lançou candidato à prefeitura paulistana, cumprindo o acordo de apoiar Boulos já no 1º turno.
É claro que essa simbiose com o PT cobra o seu preço, o que inclui o apoio a um governo que tenta se equilibrar entre políticas sociais e o mercado financeiro. Boulos cansou de ser radical sem dinheiro e decidiu levar o seu partido para mais perto do butim. Dizem que está negociando uma federação com o PT, o que seria quase como a volta do filho pródigo. Boulos, assim, estaria se credenciando como o sucessor de Lula, alguém que aparou a barba, vestiu ternos bem cortados e domou o radicalismo do próprio partido.
Com relação ao PSOL radical, é provável que haja uma debandada para a criação de um novo partido de extrema-esquerda, para fazer companhia ao PCO, ao PSTU e à UP. Alguém pode estar se perguntando porque existem tantos partidos inexpressivos de extrema-esquerda. A resposta está se desenvolvendo diante de nossos olhos: cada um representa um “campo ideológico” próprio, que não dialoga com o coleguinha de playground. A solução é cada um ficar no seu próprio tanque de areia.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper.
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