As escolhas de Alcolumbre e Motta agradaram o Brasil?
02/02/2025 às 20:41 Ler na área do assinanteO senador Marcos do Val joga ao chão um rolo de papel com tudo que considera violação contra sua atuação. Na fala, diante dos pares, demonstra que o Ministro Alexandre de Moraes precisa de limite. Porém, após o corajoso discurso, os senadores escolhem Davi Alcolumbre como presidente do Senado. Detalhe: com votação expressiva. Os 73 votos nem falam, gritam: A GENTE NÃO SE IMPORTA.
Todos ali sabem que Alcolumbre jamais aceitará um pedido de impeachment de Moraes. Sendo importante ou não, o impeachment não vem.
Há quatro anos, a Câmara dos Deputados também parou para ouvir o discurso do ex-deputado Daniel Silveira. Na época, Silveira não jogou papel no chão, mas expôs com precisão: Moraes precisa de limite. Após a fala do então deputado, os votos mantiveram sua prisão e defenderam a decisão do ministro. De Silveira pra cá, ladeira abaixo.
As duas Casas, que em conjunto formam o Congresso Nacional, demonstram harmonia e se entendem bem, concordam entre si sobre as decisões importantes e parecem não se importarem com o desejo popular. A votação expressiva dada a Alcolumbre e Motta reforça essa perspectiva. Enquanto isso, de Silveira a Do Val, a fila dos perseguidos só aumenta. O Brasil, sentindo-se impotente, não vê a hora do Congresso agir e organizar a casa mas, a cada dois anos, tal esperança ao invés de renovar, desvanece.
Ao que tudo indica, se depender do Congresso Nacional, o ministro que durma em paz. Ainda que visivelmente necessário esse impeachment para trazer pacificação ao país, o Congresso nem fala, grita: A GENTE NÃO SE IMPORTA.
Josinelio Muniz
Formado em Teologia pela Faculdade Teológica Logos (FAETEL), matéria em que leciona na Comunidade Internacional da Paz – Porto Velho, RO. Bacharel em Direito pela (UNIRON) e Docente Superior pela (UNINTER).