Ganha o sistema, de novo... Mas, guerra interna na ‘torre de marfim’ pode gerar inúmeras baixas

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Diante dos fatos e da evidente inutilidade de qualquer opinião, me mantive saudavelmente distante de qualquer discussão sobre a disputa pela presidência do Senado e Câmara.

Não que minha opinião - como a de qualquer brasileiro -fizesse qualquer diferença. Não faz.

Como qualquer indivíduo acima de 3 anos de idade já estava calvo de saber desde sempre, Alcolumbre e Motta estão eleitos para o Senado e Câmara. Por ampla maioria e etc.

A escolha no centro de poder brasileiro nada tem a ver com o povo, sua vontade ou sua opinião, muito pelo contrário.

Como sempre, decisões fundamentais para o país são tomadas em recinto fechado, dentro da torre alienada de marfim que é o universo dessa política suja que só usa o povo em época de eleições e olhe lá.

Mais do mesmo, o sistema se mantém, com pequenas variantes.

No Senado, especialmente, sai um frouxo, Pacheco, para entrar Alcolumbre, mais agressivo em sua ganância frenética por poder e mais poder.

O apoio quase unanime ao gajo na votação dos parlamentares não é nada gratuito: Alcolumbre é reconhecidamente a favor da liberação geral das emendas parlamentares, quer despeja dinheiro público nas mãos de políticos que sequer prestam contas de seu uso.

O tema, aliás, foi motivo recentemente de uma débil demonstração de força do desacreditado e a caminho da falência desgoverno de lula, que tentou mandar recado pros parlamentares.

Não deu em nada, claro, e o resultado está aí.

Outra característica de Alcolumbre, marcante: daqui pra frente, impeachment, seja de ministro, papagaio, síndico ou presidente, nem pensar.

A ganância de Alcolumbre, inclusive, deve gerar esperada treta ao bater de frente com a ganância de lula, que está com as pernas quebradas mas não está morto.

Se isso gerar uma espécie de guerra interna na torre de marfim, sangrenta e com inúmeras baixas, ótimo.

Que se matem longe do povo, que ao menos tem o direito - será? - de não sentir o fedor de cadáver politico.

O capítulo cômico desse panfleto decadente foi a briga infindável e absolutamente inútil entre bolsonaristas convictos e os chamados 'intergaláticos', que se engalfinharam em pelejas 'democráticas' nas redes.

Só serviu mesmo, como sempre, pra dar mais cliques para 'influencers' e peritos em política e despolítica, como saltitantes cangurus de bigode, mais nada.

Entre bolsonaristas, centristas e intergaláticos, não há vencedores: todo mundo perde, só quem ganha é o sistema.

Quanto aos cidadãos brasileiros, eternos perdedores, esses não podem sequer ser considerados derrotados, pois não lhes é permitido participar da luta.

Opinar não pode, mas pagar imposto pra sustentar vagabundo deve.

Foto de Marco Angeli Full

Marco Angeli Full

https://www.marcoangeli.com.br

Artista plástico, publicitário e diretor de criação.

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