Ganha o sistema, de novo... Mas, guerra interna na ‘torre de marfim’ pode gerar inúmeras baixas
02/02/2025 às 10:29 Ler na área do assinanteDiante dos fatos e da evidente inutilidade de qualquer opinião, me mantive saudavelmente distante de qualquer discussão sobre a disputa pela presidência do Senado e Câmara.
Não que minha opinião - como a de qualquer brasileiro -fizesse qualquer diferença. Não faz.
Como qualquer indivíduo acima de 3 anos de idade já estava calvo de saber desde sempre, Alcolumbre e Motta estão eleitos para o Senado e Câmara. Por ampla maioria e etc.
A escolha no centro de poder brasileiro nada tem a ver com o povo, sua vontade ou sua opinião, muito pelo contrário.
Como sempre, decisões fundamentais para o país são tomadas em recinto fechado, dentro da torre alienada de marfim que é o universo dessa política suja que só usa o povo em época de eleições e olhe lá.
Mais do mesmo, o sistema se mantém, com pequenas variantes.
No Senado, especialmente, sai um frouxo, Pacheco, para entrar Alcolumbre, mais agressivo em sua ganância frenética por poder e mais poder.
O apoio quase unanime ao gajo na votação dos parlamentares não é nada gratuito: Alcolumbre é reconhecidamente a favor da liberação geral das emendas parlamentares, quer despeja dinheiro público nas mãos de políticos que sequer prestam contas de seu uso.
O tema, aliás, foi motivo recentemente de uma débil demonstração de força do desacreditado e a caminho da falência desgoverno de lula, que tentou mandar recado pros parlamentares.
Não deu em nada, claro, e o resultado está aí.
Outra característica de Alcolumbre, marcante: daqui pra frente, impeachment, seja de ministro, papagaio, síndico ou presidente, nem pensar.
A ganância de Alcolumbre, inclusive, deve gerar esperada treta ao bater de frente com a ganância de lula, que está com as pernas quebradas mas não está morto.
Se isso gerar uma espécie de guerra interna na torre de marfim, sangrenta e com inúmeras baixas, ótimo.
Que se matem longe do povo, que ao menos tem o direito - será? - de não sentir o fedor de cadáver politico.
O capítulo cômico desse panfleto decadente foi a briga infindável e absolutamente inútil entre bolsonaristas convictos e os chamados 'intergaláticos', que se engalfinharam em pelejas 'democráticas' nas redes.
Só serviu mesmo, como sempre, pra dar mais cliques para 'influencers' e peritos em política e despolítica, como saltitantes cangurus de bigode, mais nada.
Entre bolsonaristas, centristas e intergaláticos, não há vencedores: todo mundo perde, só quem ganha é o sistema.
Quanto aos cidadãos brasileiros, eternos perdedores, esses não podem sequer ser considerados derrotados, pois não lhes é permitido participar da luta.
Opinar não pode, mas pagar imposto pra sustentar vagabundo deve.
Marco Angeli Full
https://www.marcoangeli.com.br
Artista plástico, publicitário e diretor de criação.