Dez anos depois, família de Jean Charles ainda tenta última cartada contra a impunidade
20/07/2015 às 08:41 Ler na área do assinanteA família de Jean Charles de Menezes, assassinado em Londres, no dia 22 de julho de 2005, pela SCO19, unidade armada da Scotland Yard dentro de um trem do metrô, dez anos após o crime, ainda tem fé na punição dos assassinos.
Jean foi confundido com o terrorista etíope Omar Hussein, que morava no mesmo prédio, cujos documentos estavam em uma mochila abandonada em tentativa frustrada de ataque a bomba ao metrô londrino.
Esses fatos ocorreram duas semanas após os atentados de 7 de julho, quando uma série de explosões atingiu o sistema de transporte público de Londres, e 56 pessoas morreram.
O erro foi admitido pela Scotland Yard, quando informou que o brasileiro não tinha nenhuma relação com qualquer grupo terrorista. Segundo a autoridade policial, o acidente ocorreu porque o brasileiro se recusara a obedecer às ordens de parar, dadas pelas autoridades.
No entanto, a Comissão Independente de Investigação de Queixas da Polícia (CIIQ, em inglês) concluiu que Ian Blair, chefe da Scotland Yard, tentou impedir que a morte de Jean Charles fosse investigada.
A responsável pelo processo que contesta a impunidade que a Justiça britânica deixou pairando sobre o caso é Patrícia Armani, prima de primeiro grau do brasileiro. Ela havia chegado à capital inglesa meses antes, animada pelo próprio primo, que embarcou para Londres com muitos sonhos na bagagem, em março de 2002.
Esta última cartada da família será no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo, na França. A ação foi ingressada em 2008, logo depois que o Ministério Público Britânico decidiu não abrir processos criminais contra os agentes envolvidos.
A única condenação havida até hoje foi pecuniária. A polícia foi condenada a pagar multa de apenas R$ 835, pena que foi contestada pela família. Na sequência, houve um acordo para pagamento de uma indenização de 100 mil libras aos familiares (cerca de R$ 286 mil), que os pais de Jean receberam apenas uma parte.
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da Redação