Desafios nas relações Brasil-EUA: Relacionamento entre Trump e Lula começa com inúmeras tensões
19/01/2025 às 19:57 Ler na área do assinanteCom o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a relação entre Brasil e EUA pode enfrentar transformações, dadas as diferenças nas políticas econômicas, ambientais e diplomáticas de ambos os países.
Uma das marcas do primeiro mandato de Trump foi o protecionismo econômico, exemplificado pela imposição de tarifas sobre o aço e o alumínio brasileiros. A retórica de sua nova campanha sugere a continuidade dessa abordagem, com a promessa de taxar importações de países que imponham barreiras aos produtos americanos.
A continuidade de políticas protecionistas poderá limitar as exportações brasileiras para os EUA, impactando negativamente uma das relações comerciais mais relevantes para o Brasil, como em setores-chave do agronegócio e da manufatura.
Além disso, as visões contrastantes de Trump e do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva sobre questões ambientais podem dificultar a cooperação bilateral. Trump pode retirar os EUA de compromissos ambientais internacionais, como fez em seu primeiro mandato.
Essa divergência de posicionamentos poderá gerar impasses nas discussões ambientais entre as duas nações.
O relacionamento entre Trump e Lula já começa com tensões. Durante a campanha americana, Lula manifestou apoio explícito à adversária de Trump, Kamala Harris. Especialistas acreditam que o governo brasileiro deverá adotar uma abordagem pragmática, priorizando os interesses mútuos e mantendo o diálogo, ainda que limitado.
A política de Trump em relação à China também poderá impactar o Brasil. Um possível retorno das tensões comerciais entre EUA e China pode beneficiar o Brasil como fornecedor alternativo de commodities. Entretanto, essa situação traz incertezas, especialmente em um cenário de maior volatilidade econômica global.
Os Estados Unidos sob Trump podem intensificar esforços para conter a influência de potências como a China na América do Sul, o que pode levar o Brasil a desempenhar um papel estratégico na geopolítica regional.
As posturas de Trump geram debates nas redes sociais, com preocupações sobre possíveis sanções econômicas e um endurecimento nas políticas americanas em relação ao Brasil.
A relação entre Brasil e Estados Unidos tende a ser mais precária. No entanto, a busca por convergências estratégicas poderão mitigar os impactos das diferenças ideológicas e políticas, preservando o que há de mais importante para ambas as nações: os interesses econômicos e geopolíticos mútuos.
Carlos Arouck
Policial federal. É formado em Direito e Administração de Empresas.