O vídeo publicado pelo deputado Nikolas Ferreira onde faz duras críticas sobre o monitoramento do Pix pela Receita Federal está produzindo um efeito devastador contra o governo Lula.
Em pouco mais de 24 horas, a gravação ultrapassou 120 milhões de visualizações no Instagram.
Para se ter uma ideia do estrago, o vídeo que Lula publicou em seu perfil na mesma rede para desmentir os planos de taxar as movimentações feitas via Pix, no qual faz uma doação para pagar o estádio do Corinthians, na sexta-feira, 10, contava com apenas 15 milhões de visualizações nesta quarta-feira, 15, cinco dias depois.
Nikolas afirma que o Pix não será taxado, de acordo com o que diz o governo Lula, mas joga desconfiança sobre o assunto:
“É bom lembrar que a comprinha da China não seria taxada, e foi; não ia ter sigilo, mas teve; você ia ser isento do Imposto de Renda, não vai mais; ia ter picanha, não teve. O Pix não será taxado, mas eu não duvido que possa ser.”
E prossegue:
“Enfim, quem será mais afetado com essa medida será o trabalhador informal. Feirantes, o seu João, que vende picolé como ambulante, o motorista de Uber, pedreiros, entregador de iFood, todos aqueles que lutam diariamente para ganhar a vida honestamente vão sofrer. Esses trabalhadores, que já vivem no aperto, agora terão suas movimentações vigiadas, como se fossem grandes sonegadores”.
Sonegar imposto é errado, é preciso dizer, mas Nikolas expõe a lógica do que está sendo dito em diversos vídeos distribuídos nas redes sociais: os brasileiros que vivem e se sentem à margem passarão a ser considerados pelo governo, não para receber benefícios, mas para pagar imposto.
É contra essa lógica que o novo ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, Sidônio Palmeira, terá de atuar em sua primeira grande missão. Quer dizer, o grande desfio do marqueteiro de Lula não são as fake news, como os governistas gostam de dizer, mas as news, as notícias de verdade, os fatos.
Nikolas diz ainda:
“Se fosse pra pagar imposto alto igual na Suíça, mas ter um serviço da Suíça de saúde, educação e transporte, Ok. Mas o brasileiro paga imposto alvo para continuar tendo serviço, saúde, educação e transporte do Brasil”.
E complementa:
“Sendo assim, esses milhões de brasileiros não vão mais usar cartão de crédito, Pix, débito ou transferência bancária, para não cair na mira do governo que só tá pensando em arrecadar, sem te oferecer nada.”
Esse é o problema do governo Lula. Aumentar fiscalização para evitar sonegação é bom na teoria, mas, na prática, o fato de isso ser feito por uma gestão encarada como gastadora — e a cotação do dólar disparou por causa da dificuldade do governo de demonstrar responsabilidade fiscal — é péssimo.
E questiona o deputado:
“Se estivessem preocupados mesmo com transparência dos gastos públicos, por que não investigaram as empresas estatais que estão dando prejuízo agora com Lula? Investigaram os gastos absurdos da Janja? Dar transparência para os gastos dos ministros do Lula?”.
E prossegue:
“O que aconteceria se a gente abrisse o sigilo bancário do Lula, do [presidente do Senado, Rodrigo] Pacheco, do [ministro do STF Alexandre de] Moraes e de algum ministro? Por que o alvo da vigilância em formato de transparência é para o cidadão comum, e não para eles mesmo?”.
E fulmina:
“O vilão do Brasil é quem ganha 5 mil reais, e não declara, para poder sobreviver? Vocês querem mesmo que o brasileiro engula isso? Em breve, os comércios estarão usando esta placa [Atenção: não aceitamos cartão de crédito, débito, Pix ou transferência bancária] e todo mundo vai voltar a usar dinheiro vivo, afinal de contas, ninguém quer trabalhar o mês inteiro para depois o governo vir e morder o seu salário”.
Veja o vídeo:
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da Redação