Descontrolado, Gilmar diz que Janot é o procurador mais desqualificado da História
07/08/2017 às 15:52 Ler na área do assinanteDeu no G1
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse nesta segunda-feira (dia 7) que considera o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, desqualificado e sem preparo jurídico nem emocional. “Quanto a Janot, eu o considero o procurador-geral mais desqualificado que já passou pela história da Procuradoria. Porque ele não tem condições, na verdade não tem preparo jurídico nem emocional para dirigir algum órgão dessa importância”, avaliou o ministro em entrevista à Rádio Gaúcha.
A declaração foi dada em meio a questionamentos sobre o trabalho da Operação Lava Jato, da atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do STF. Mendes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), critica as delações premiadas.
DELAÇÃO DA JBS – Na entrevista, o ministro disse acreditar que o que foi firmado com os executivos da JBS, que embasou denúncia por corrupção contra o presidente Michel Temer, será revisto.
“Tenho absoluta certeza de que o será. Como agora a Polícia Federal acaba de pedir a reavaliação do caso do Sérgio Machado, que é um desses casos escandalosos de acordo. Certamente vai ser suscitado em algum processo e será reavaliado”, complementou.
O relator das delações premiadas de executivos da JBS no Supremo Tribunal Federal (STF) é o ministro Luiz Edson Fachin. Os donos da empresa, Joesley e Wesley Batista, além do executivo Ricardo Saud e outros funcionários da JBS, fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no âmbito da Lava Jato. As delações foram homologadas por Fachin e o conteúdo, divulgado no mês de maio.
No fim do mês de junho, o STF decidiu manter Fachin na relatoria dos processos da JBS e aprovar a homologação da delação premiada dos executivos da empresa pelo ministro monocraticamente, sem a participação dos outros ministros da corte.
EQUÍVOCOS – Gilmar Mendes disse ainda que considera a Lava Jato importante. Porém, acrescenta que podem ocorrer equívocos.
“Não é verdade que eu tenha dito que a Lava Jato deixou de ser importante. Acho os trabalhos extremamente importantes, mas isso não me compromete com eventuais equívocos. Sempre fui uma voz vencida na segunda turma quanto ao aumento das prisões da Lava Jato. Fui eu que votei o habeas [corpus], fui o terceiro voto, de desempate, no caso do Dirceu [José Dirceu]”, justificou.
ENCONTRO COM TEMER – Na noite de domingo (dia 6), Michel Temer recebeu no Palácio do Jaburu Gilmar Mendes. O encontro não constava na agenda do presidente, mas sim na do ministro. Porém, não mencionava o tema que seria tratado. A informação é do blog no G1 da repórter de política Andréia Sadi. O ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco (PMDB-RJ) também esteve no local.
Questionado, Gilmar Mendes afirmou que o assunto tratado foi a reforma política. Ele disse que não entrou em discussão o tema Lava Jato.
NOTA
– Há algo de errado na postura de Gilmar Mendes, que não se comporta com a serenidade exigida a ministros do Supremo. Destemperado, ofende publicamente o procurador-geral da República pelo conjunto da obra, sem citar uma só falha que Janot tivesse cometido. Daqui para a frente, será necessário exigir exame psiquiátrico aos ministros do Supremo, pelo menos uma vez por ano. O caso de Gilmar parece ser de remédio demais ou remédio de menos, é preciso acertar a dosagem exata. (C.N.)
Fonte: Tribuna da Internet